"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

segunda-feira, 19 de julho de 2010

NOVA PETROPOLIS, NOVEMBRO DE 2009

Em novembro de 2009, fiz uma visita rápida à cidade serrana de Nova Petrópolis, distante cerca de 90km de Porto Alegre com acesso via BR-116 , no roteiro conhecido como “Rota Romantica” pela beleza da estrada repleta de curvas, e pelas diversas opções de cafés coloniais e restaurantes ao longo da estrada.

Na localidade de Picada Café, já na subida da serra, uma parada para fotos junto ao belo moinho que hoje serve de sede do Parque Municipal Jorge Kuhn.

Alguns quilômetros adiante e finalmente chegamos a nosso destino. Localizada a 800m de altitude e inserida na chamada “região das Hortênsias” que inclui ainda as famosas Gramado e Canela, Nova Petrópolis é uma típica cidade do interior e guarda de forma muito preservada e original as influências da cultura alemã. É obviamente uma cidade com forte vocação turística porém muito menos influenciada e alterada por este do que suas vizinhas Gramado e Canela. Também é a menos movimentada, representando uma excelente opção para quem quer fugir da movimentação e agito.

Um pouco da historia e das origens de Nova Petrópolis:

A colonização de Nova Petrópolis iniciou em 7 de setembro de 1858 principalmente por imigrantes alemães provindos do “Hunsrück” no Reno (pomeranos, saxões, westfalianos, prussianos e bávaros) e do Império Austro Húngaro, sendo que cada família recebeu aproximadamente 50 hectares dos 35 mil hectares demarcados para serem distribuídos ao longo de “Linhas” ou “Picadas”.

Já na própria fundação a cidade apresentava uma planta do traçado das ruas, praça e prédios futuros. Fato nada comum para época, onde as cidades se formavam de agrupamentos de casas. Além da colonização alemã o município recebeu imigrantes italianos da região do Vêneto, holandeses, franceses e belgas. Estes imigrantes na maioria eram artesãos, mas vieram para viver do trabalho da terra, gerando uma situação estranha, pois a comunidade agrícola tinha raízes urbanas.

A origem comum e as dificuldades favoreceram o surgimento de inúmeras sociedades, sendo principalmente de canto, dança e tiro. A origem particular dos imigrantes e a distância de centros mais desenvolvidos contribuíram para que a população conservasse suas tradições até os dias de hoje em festas como o Kerb, Bailes do Tiro Rei e Bolão e o Festival do Folclore.
A falta de escolas obrigou os imigrantes a criarem sua própria estrutura educacional, onde o ensino era ministrado por pessoas escolhidas pelos colonos e em língua alemã. Destes movimentos comunitários surgiram escolas como a Escola Cenecista Frederico Michaelsen e a Escola Cenecista Bom Pastor, ambas ainda em funcionamento.

Além da influência germânica podemos encontrar a influência dos tropeiros que atravessavam a colônia com seu gado com destino aos Campos de Cima da Serra. Incorporando à de Nova Petrópolis o seu churrasco e o chimarrão, além da cultura italiana da qual herdamos vários pratos típicos.

O nome “Nova Petrópolis” se deve a analogia feita por D. Pedro II (Nova Cidade de Pedro) a cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro.
O municipio de Nova Petropolis alcançou sua emancipação política em 28 de fevereiro de 1955.
Durante o século XIX as estradas “Presidente Lucena” e “São Sebastião do Caí”, e em 1940 a BR 116 (Getúlio Vargas) e a RS 235 contribuíram para o desenvolvimento da região.

Fonte: site de Nova Petrópolis - www.novapetropolis.rs.gov.br/home.php

A cidade oferece diversas opções de gastronomia e hospedagem para receber muito bem o turista. Para aqueles que procuram por um autentico e delicioso café colonial, o endereço certo é o Opa’s Kaffeehaus - www.cafecolonialopas.com.br – que além do excelente café típico ainda brinda seus clientes com uma vista maravilhosa. Não deixe de tentar uma das mesas junto à varanda envidraçada para poder desfrutar da vista dos vales e colinas da serra.

Como estávamos em novembro e o dia estava quente e ensolarado, a opção mais interessante de almoço não era exatamente um café colonial. Segui direto para o Restaurante Biergarten - www.novapetropolis.rs.gov.br/int_gastronomia.php?id=99 - localizado no interior do lindo Parque Aldeia do Imigrante.

Uma boa opção é pedir alguns Kartoffelküchelchen (Bolinhos de Batata), que fazem um acompanhamento perfeito para o maravilhoso chopp artesanal servido ali. Nem pense em ir a Nova Petrópolis e não provar ao menos um caneco do chopp artesanal do Parque !

O Parque Aldeia do Imigrante oferece ainda um número imenso de atrações e por si só já vale um passeio a Nova Petrópolis. Na praça coberta em frente ao Biergarten, aos finais de semana sempre rola uma bandinha típica alemã embalando o pessoal a dançar com suas animadas marchinhas.

No interior do parque temos ainda muito artesanato bonito, muito verde, trilhas para caminhada, um lago com pedalinhos e a atração maior que é a Aldeia Histórica Alemã, uma reprodução do que seria uma típica comunidade da época da colonização alemã.
O estilo predominante das construções é o conhecido enxaimel, sendo as casas e mesmo a linda igreja originais da época, tendo sido desmontadas de seus locais de origem na colônia e transferidas para o parque.

Além da maravilhosa igreja, temos a escola, a casa do professor, a ferraria, um pequeno museu e até um cemitério, apropriadamente localizado ao lado da igreja. Tudo muito bonito, bem cuidado e autentico.


Após a caminhada pelo Parque Aldeia do Imigrante, segui para o motivo principal desta minha visita a Nova Petrópolis, e uma das minhas grandes paixões – os automóveis antigos. Nova Petrópolis sedia tradicionalmente durante o ano diversos eventos do calendário do antigomobilismo, e dentre eles o destaque era o Encontro SulBrasileiro de Automóveis Antigos que estava acontecendo no Parque de Exposições da cidade.
Muitos carros de diversas cidades do RS, muitos também do Paraná, São Paulo, enfim, um rico acervo de atrações capazes de prender a atenção dos fãs dos carros clássicos por horas a fio.

Atrações como as duas gerações de Karmann Ghias, lado a lado.

O bonito Corcel GT.
Os sempre imponentes Mavericks.

Picapes dos anos 50.


Um maravilhoso Charger RT , o mito entre os “muscle-cars” nacionais.

Uma bela pick-up Ford F-100 dos anos 60.

E até um singelo Fusca caracterizado como táxi de época.

E muito, mas muito mais.............enfim, carros clássicos das mais diversas procedências, estilos, épocas. Também a tradicional “feira de pulgas” ou seja peças, revistas, manuais e todo tipo de objeto relacionado ao universo do antigomobilismo.

No retorno para casa, as espetaculares paisagens de uma tarde de sol na “Rota Romântica”.

4 comentários:

  1. Arlei, não sabia dessa tua paixão por viagens no nosso estado.
    Tenho viajado muito pelo RS e sempre digo que todo gaúcho deveria primeiro conhecer o RS para depois buscar "belas paisagens" fora daqui. TEnho jipe também para isso.
    Vou te seguir nesse blog e vamos falando por aqui e pelo forum 4x4brasil.
    Abraço,
    Maurício Fernandes da Silva

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  2. Olá!

    Sou de Salvador e passarei o período de carnaval na Serra Gaúna numa excursão e N. Petrópolis está no roteiro. Fiquei empolgada com seus registros.

    Sempe tive muita curiosidade em conhecer a região sul do BRASIL.

    Obrigada e abraços

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    1. BOA VIAGEM e bom proveito nas tuas férias em nossa serra !
      Abraços !

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  3. Gostei da foto nº 6, de onde são as lápides, (é isso mesmo,ou me enganei feio?)
    REXINHA

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