"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013, 2º DIA - FORTALEZA DE SANTA TEREZA


  Nosso segundo dia de viagem começou cercado de expectativa, afinal de certa forma nossa viagem “de verdade” começava agora. Estávamos prontos para finalmente cruzar a fronteira e entrarmos no território uruguaio.
   Acordamos cedo na segunda feira, e rapidamente arrumamos as mochilas no carro, fechamos a conta do hotel e trocamos alguns Reais por Pesos Uruguaios nas casas de câmbio junto à avenida principal da cidade. 

  O câmbio não estava muito favorável e conseguimos trocar à taxa de 1 Real por 9 Pesos. No restante de nossa viagem, mesmo na capital Montevideo, não vimos cotação para câmbio mais vantajosa, de modo que para quem entra no Uruguai via Chui, o mais indicado é trocar moeda ali mesmo.

  Finalmente entramos no Uruguai ! Poucos quilômetros após o pórtico de “Bem Vindos ao Uruguai” chegamos ao passo de fronteira, onde está localizado o posto de controle de imigração.


  No dia que passamos por ali não havia quase nenhum movimento, fomos prontamente atendidos, preenchemos um formulário com as informações pessoais básicas de cada pessoa do veiculo, apresentamos a documentação necessária (RG, Carteira de Habilitação, Documento do Veiculo, Carta Verde) e fomos rapidamente liberados. Não foi feito nenhum tipo de revista no carro ou bagagem, e questionados sobre a necessidade de declarar pertences pessoais como câmeras fotográficas, GPS etc, o policial se limitou a responder um “no és necessário, tenga una buena viaje”.

  Trâmites burocráticos feitos, eram pouco mais de 9:00 h da manhã quando finalmente seguimos viagem pela Ruta 9.
  Poucos quilômetros adiante uma engraçada curiosidade..........a estrada repentinamente se alarga e placas indicam que a estrada pode ser utilizada como “pista de pouso de emergência” para AVIÕES !!!!!!!!!!!!!!!
Ao menos durante nossa passagem não fomos surpreendidos com nenhum Boeing 747 taxiando na estrada e seguimos em frente nossa viagem.

  Aproximadamente 25 km adiante da fronteira deixamos a Ruta 9 para conhecermos a praia de La Coronilla.


  La Coronilla é um balneário pequeno e extremamente tranquilo, de águas agitadas e faixa estreita de areia. Tiramos algumas fotos, fizemos uma rápida caminhada e retornamos em direção à Ruta 9, afinal a programação do dia era extensa e tínhamos muita coisa para ver pela frente.


  Mais uns 20 km adiante pela Ruta 9, e pouco após as 10:00 h, chegamos à primeira entrada do Parque Nacional de Santa Tereza, entrada esta que dá acesso à Fortaleza de Santa Tereza e à praia de La Moça.

  O parque é mantido pelo exército uruguaio que não cobra para visitação e acesso , e possui uma fantástica estrutura de campings, cabanas para locação, minimercados, restaurantes, sem contar as diversas praias.
Extremamente bem cuidado e organizado, o Parque de Santa Tereza merece sem sombra de dúvida uma visita mais demorada. Diria que de carro é possível percorrer os principais pontos do parque em algumas horas, mas se a idéia for conhecer mais de perto toda a área, será necessário acampar e permanecer alguns dias.


  A atração principal turística do parque é a Fortaleza de Santa Tereza.





  Como era segunda feira, não foi possível fazer visitação ao interior da fortaleza, que só ocorre de quartas a domingos. Mesmo assim caminhamos bastante pelo exterior das muralhas do forte, fizemos algumas boas fotos e seguimos em direção à praia de La Moça que é a principal e mais movimentada praia de Santa Tereza.


  Aproveitamos o astral descontraído e tranquilo da praia para fazermos um bom chimarrão e descansar um pouco apreciando a paisagem. Como junto à entrada da praia havia um restaurante bem estruturado, fizemos ali mesmo nosso almoço, um muito bem servido e saboroso “entrecot”. A carne, como é de costume no Uruguai, estava ótima. Os acompanhamentos idem. O refrigerante de Pomelo também agradou.

  Após o almoço percorremos de carro as estradas internas do parque (todas asfaltadas e impecavelmente mantidas), sempre admirados com o trabalho de conservação das áreas gramadas junto às vias internas e o cuidado com a manutenção das áreas de camping.
  
  Visitamos mais algumas praias no interior do parque e seguimos em direção à Ruta 9, passando antes de deixarmos o parque pela Intendência, onde fica a administração do complexo, oficinas, enfermaria, mais um restaurante, e os jardins de inverno mais uma vez impecavelmente mantidos. Fomos recebidos por um simpático soldado que nos explicou as principais atrações e o trabalho de conservação com as plantas.


  Finalmente deixamos a área do Parque de Santa Tereza em torno de 15:30 h  e seguimos pela Ruta 9 em direção sul, até o acesso poucos quilômetros adiante à badalada praia de Punta del Diablo.


  Punta del Diablo é uma espécie de “paraíso hippie” dos jovens uruguaios, e é frequentada basicamente por uma galera de estilo muito “alternativo” de vida. Hippies e mochileiros por todos os lados, muito movimento, ruelas de terra estreitas e desordenadas, pequenas pousadas e restaurantes misturados a casas muito simples de pescadores e habitantes locais, tudo num certo clima de “saudável desordem”, compõe o visual de Punta del Diablo.



  A praia em si não tem nada de especial, e como não estávamos interessados em agito, fizemos uma breve caminhada de reconhecimento pela praia, andamos até as pedras que formam a “punta” sobre o mar, tiramos algumas fotos e seguimos em frente.

  Seguimos dirigindo na direção sul pela Ruta 9 até pouco antes da cidade de Castillos, onde se faz um desvio em direção ao balneário de Aguas Dulces, para então finalmente seguir pela Ruta 10 até La Paloma, que seria nosso ponto de pernoite e “base de operações” nos próximos dois dias. A distância entre Punta del Diablo e La Paloma é de pouco mais de 100 km que foram percorridos em 1:30 h.

  Chegando a La Paloma fomos diretamente ao hotel que havíamos reservado para descarregar as malas e tomar um banho. Ficamos no simpático hotel La Casona, localizado a duas quadras da avenida principal de La Paloma e bem próximo ao centro e aos restaurantes do balneário.

  Após um breve descanso no hotel, saímos novamente para curtir o finalzinho do dia e fomos presenteados com um maravilhoso pôr do sol junto ao farol de La Paloma, um espetáculo memorável que felizmente iríamos presenciar diversas vezes mais até o fim de nossa viagem pelo Uruguai.
Aproveitamos a noite calma e de temperatura amena para caminharmos um pouco pela avenida principal do simpático balneário de La Paloma e acabamos jantando saborosos “Chivitos” acompanhados de Pilsen de 1 litro no restaurante La Ballena. 

  Após o jantar voltamos rapidamente ao hotel, onde encerramos nosso primeiro dia em terras uruguaias. O dia havia sido extenso e cheio de novidades, e o dia seguinte prometia.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013, 1º DIA - CHUY


  Os dias que antecederam a partida para nossa viagem de férias foram cercados de expectativa, revisão dos planos, ajustes e preparação. Estava saindo do papel e sendo colocada em prática uma viagem a tempos planejada e algumas vezes postergada, conhecer o nosso vizinho Uruguai de carro, visitando as diversas praias e atrações junto ao litoral, passando pela capital Montevideo e tendo como ponto extremo da viagem a cidade de Colonia del Sacramento.

  O nosso tempo de viagem seria relativamente restrito, 08 dias, e um bom planejamento dos tempos de deslocamento foi essencial para que pudéssemos visitar todas as atrações que estavam previstas. Nada foi deixado ao acaso. Pesquisa na internet também foi essencial, e neste quesito o fórum www.mochileiros.com.br foi sensacional, uma fonte inesgotável de dicas e relatos de viajantes que nos foi de muita utilidade no planejamento da viagem.

  Finalmente, todas as revisões feitas, roteiro revisado e definido, reservas de hotel feitas e confirmadas, malas arrumadas, documentações em mãos, incluindo o Seguro Carta Verde para o carro, estávamos prontos para a partida, no domingo dia 13 de Janeiro de 2013. Como companhia de viagem, minha namorada e meu filho de 09 anos.


1º Dia, Domingo:

  Acordamos cedo no domingo dia 13 de Janeiro. As malas estavam prontas e o carro previamente carregado, e após um breve café partimos.
  Saindo da nossa cidade Taquari que está localizada a 95 km da capital Porto Alegre às 7:00 h da manhã, seguimos em direção à fronteira Brasil / Uruguai, na cidade de Chui, onde está localizado o ponto extremo sul do Brasil, a barra do Arroio Chui.

  Nossa rota segue pela movimentada BR-116 passando pelas cidades de Pelotas, Rio Grande e segue em direção a fronteira cruzando a Reserva do Banhado do Taim, onde vimos muitos animais em seu habitat  natural que nos renderam belas fotos.



  Entre Porto Alegre e Rio Grande, pagamos nada menos que 05 pedágios, a um custo médio de R$ 9,00 cada, o que soma absurdos R$ 45,00 em pedágios para este trecho da viagem. 
  Após Rio Grande a estrada é uma imensa reta cruzando uma região praticamente deserta e de pouquíssimo trânsito, o que favorece que se mantenha uma media horária de viagem muito boa, sem correria, sem sacrificar a segurança e sem forçar o ritmo. Não há postos de cobrança de pedágio neste trecho.


  Os 610 km de distancia entre Taquari e Chui foram vencidos com tranquilidade, e chegamos ao nosso destino do dia pouco após as 14:00 h, com paradas apenas para abastecimento. 
  
  Alguns quilometros antes da fronteira, o pórtico da cidade de Santa Vitória do Palmar e uma "réplica em  miniatura" do farol da Barra do Chui.


   Chegando à cidade do Chui, fomos procurar um lugar para almoçar e um hotel para passarmos a noite. Acabamos ficando num hotel bem simples, na verdade até meio precário, mas barato e suficiente para a proposta de apenas tomar um bom banho e passar a noite. Como era tarde de domingo, a maioria das lojas e Free Shops estavam fechadas, e não pudemos fazer o câmbio de Reais por Pesos Uruguaios, o que acabamos fazendo rapidamente e sem dificuldade alguma na manhã de segunda feira.

  Como ainda tínhamos bastante tempo disponível, após nos instalarmos no hotel preparamos um chimarrão e fomos conhecer a praia da Barra do Chui, distante em torno de 7 km da cidade.


   Na margem esquerda da foto, Brasil. Na margem oposta, Uruguai. A barra do Arroio Chuí é o ponto extremo sul do Brasil e marca a divisa natural entre os dois paises.


  Além da Barra do Chui que marca a divisa entre Brasil e Uruguai, outra atração do local é o bonito farol do Chui.


 Após curtirmos um belíssimo final de tarde na Barra do Chui, retornamos a cidade para jantar uma saborosa pizza e fomos dormir, cansados da viagem do nosso primeiro dia de férias.