"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

domingo, 26 de setembro de 2010

MORRO REUTER, ROTA ROMANTICA

Distante apenas 60 km de Porto Alegre e com fácil acesso via BR-116, o pequeno município de Morro Reuter está localizado ao pé da serra, a uma altitude média de 700m, e integra a chamada “Rota Romântica” , projeto turístico que explora as pequenas cidades e belas paisagens ao longo da BR-116 entre Novo Hamburgo e Nova Petrópolis - http://www.rotaromantica.com.br/site/site.php

Histórico:

Em 1829 chegaram à região de Dois Irmãos os primeiros imigrantes que, poucos anos após, colonizariam a atual Morro Reuter, denominação derivada de um de seus primeiros moradores, da família Reuter.

O início da colonização foi difícil; os percalços eram muitos, mas com trabalho e perseverança a incipiente comunidade, com união e esforço, iniciou sua estruturação social. Em 1872 o imigrante João Wagner fundou a primeira Escola Particular de Morro Reuter. Em 1888 ficou pronto o salão com casa comercial de Albino Sperb, ainda hoje preservado intacto.

Na mesma época era construído o Salão Wolf, hoje residência da família Bohn.
Por volta de 1920 numerosas famílias viviam na região, dentre as quais se destacam: João Wagner, Felipe Wiest, Albino Sperb, Albino Seimling, Mathias Kolling, Jacob Gorgen, Frederico Wolf, João Neyrer, João Kolling, Frederico Schuck, Pedro Zimmer, Augusto Klein, Adolfo Müller, Pedro Backes, João Backes, Alfredo Wiest, Carlos Killpp, Carlos Wiest, João Willi, Pedro Birck, Pedro Seger, e outras.

No final da década de 40 foi implantado o ensino municipal e em 1958 foi construída a primeira Escola Estadual. A comunidade sofreu acentuado progresso com a construção da BR-116, originando a criação dos primeiros cafés coloniais em Morro Reuter.
Nos anos 70, com a construção da BR-101 e a rodovia São Vendelino, Morro Reuter sofreu um período de estagnação que terminou nos anos 80, com a instalação de indústrias de calçados e a conseqüente vinda de migrantes, que deram novo impulso a economia local, bem como a atividade social, cultural e esportiva.
Distrito desde 1950, Morro Reuter sentiu-se suficientemente maduro para buscar sua autonomia político-administrativa, alcançada em 1992.

Fonte: http://www.rotaromantica.com.br/

Morro Reuter oferece aos visitantes um grande numero de atrações, tanto na área urbana, quando em sua área rural.
Às margens da BR-116 se encontram bons restaurantes, cafés etc, enquanto na área rural, nas “linhas” como são chamadas as localidades distantes, as atrações são a natureza, os morros, estradinhas de terra, a tranqüilidade, a arquitetura colonial no estilo enxaimel, enfim, os costumes típicos da colônia alemã na região da encosta da serra, muito bem preservada nas “linhas” do interior de Morro Reuter.

Uma excelente fonte de informações sobre as atrações de Morro Reuter é o site:
http://www.turismoemmorroreuter.blogspot.com/

As margens da BR-116, pouco antes da sede do município de Morro Reuter, está localizado um bonito belvedere de onde temos a vista da cidade de Dois Irmãos, lá embaixo no inicio da subida da serra.


O trajeto sinuoso da BR-116 na região é complementado pelos plátanos margeando a estrada e fazendo deste trecho uma das estradas mais bonitas e gostosas de serem percorridas na região da serra gaucha. Simplesmente imperdível para quem gosta de dirigir, pelas paisagens, curvas, subidas, descidas.
Pouco adiante da sede do município, saindo da BR-116 e entrando à direita na recentemente asfaltada VRS-873, o visitante irá conhecer atrações imperdíveis de um passeio pela região, conhecendo as localidades de São José do Herval e Walachay. Nestas localidades, estão localizadas duas atrações gastronômicas imperdíveis que são o Restaurante Colonial Kieling, junto à Igreja de São José do Herval, e o Café Colonial Walachai, pouco antes da vila do Walachai.

Saindo da BR-116 no sentido oposto à VRS-873, e seguindo a boa sinalização existente, chega-se ao Mirante do Morro da Embratel, de onde se tem uma linda vista de Morro Reuter, da BR-116 e em dias claros, pode-se ver além das cidades maiores do Vale do Sinos, Novo Hamburgo e São Leopoldo, sendo possível identificar os contornos dos morros da região de Porto Alegre e o Rio Guaíba.


Seguindo pela Rota Romântica / BR-116, alguns km adiante passamos pela localidade de Picada São Paulo, onde se destaca a bela e singela igreja às margens da rodovia. Aos finais de semana, uma boa dica é o saboroso e farto almoço servido na Sociedade São Paulo, no melhor estilo almoço colonial.


sábado, 11 de setembro de 2010

MOUNT ATHOS E OUTROS NAUFRAGIOS

O litoral gaúcho, no trecho compreendido entre o balneário de Dunas Altas em Quintão e a barra da Lagoa dos Patos em São José do Norte, abriga em sua extensão uma série de naufrágios que justificam a expressão “cemitério de navios” empregada para descrever este trecho da costa.

São 250km de praia reta e deserta, entrecortados por faróis, pequenas vilas de pescadores e raros balneários de veraneio, formando uma região extremamente isolada e por isso mesmo de natureza bastante preservada. Extensas dunas e banhados acompanham a praia em toda a sua extensão, e nos meses de inverno não é raro encontrar pela praia animais marinhos como pingüins, desviados de suas rotas migratórias pelas correntes marinhas.
Em função de tudo isso, vencer os 250km de areia entre Dunas Altas e São José do Norte se constitui numa aventura que todo proprietário de um veiculo 4x4 deveria fazer, pelo menos uma vez na vida.

Dentre os diversos naufrágios ocorridos na costa gaúcha, um dos mais notáveis e conhecidos é o navio cargueiro Mount Athos, cujos restos repousam na praia, 15km a norte do Farol da Solidão.

“Antes da instalação de uma rede de faróis entre Torres e o Chuí, bem como o surgimento da navegação por GPS, o litoral gaúcho foi palco de incontáveis naufrágios. O vento “nordestão” e o “carpinteiro” agravavam a situação, fazendo da nossa costa uma verdadeira armadilha para a navegação. Estas características valeram ao nosso litoral, considerado um dos mais perigosos do mundo, o apelido de “cemitério de navios”.

Umas das vítimas foi o navio “Mount Athos”, de 164 metros de comprimento. No dia 11.03.1967 o cargueiro grego, que transportava adubo para Rio Grande, foi acossado pelo vento e por fortes ondas. Ao aproximar-se demasiadamente da costa, a embarcação colidiu com um banco de areia, vindo a dar na praia com os seus 28 tripulantes. Todos se salvaram. Estava a 15 quilômetros ao norte do Farol da Solidão, nas coordenadas aproximadas de 30ºS31’/50ºW20’.

O Mount Athos foi desmontado pelos Irmãos Mollet de Porto Alegre e seus restos encaminhados para a siderurgica Rio Grandense. Ainda hoje, no entanto, nas ocasiões de mar baixo, é possível observar os restos do fundo do Mount Athos”.

Fonte:
http://www.conjuminando.com.br/fotos_sequencias/imag_mount_athos.htm


Estas fotos foram extraídas da Internet, são relativamente bem conhecidas e datam da época do naufrágio do Mount Athos. É um registro fantástico do navio ainda inteiro, antes de ser desmontado, e que permite ter a noção exata do seu tamanho e também da violência dos ventos e ondas que trouxeram este gigante de aço até a praia.
Conhecer o Mount Athos não é difícil mesmo para quem não possui um 4x4 ou pick-up, basta seguir pela beira da praia a partir de Dunas Altas, por 23km, prestando sempre atenção à areia e evitando andar junto às dunas onde a areia é mais solta e fofa.

Estas imagens retratam o que restou do casco do Mount Athos, como se encontra nos dias de hoje, mais de 40 anos após seu naufrágio.


Além do Mount Athos, este trecho deserto da costa gaúcha abriga ainda uma quantidade razoável de outros naufrágios menores, muitos deles visíveis nas areias ou na beira da praia.
Deste, localizado em torno de 20km ao sul do Farol da Solidão, restou o casco de aço na praia.

Próximo ao Farol de Mostardas, os restos de um casco de madeira partido, de uma embarcação de pequeno porte, possivelmente um pesqueiro.

Mais ao sul, na região próxima ao Farol da Conceição, outro naufrágio na beira da praia, do qual se avista apenas o mastro do navio.

Na praia do Mar Grosso em São José do Norte, mais um casco de madeira de um barco pesqueiro repousa na areia.

Outro naufrágio muito conhecido, este de um navio de grande porte, o Altair, na praia do Cassino em Rio Grande, do outro lado da barra da Lagoa dos Patos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

TAQUARI

Desta vez o relato, os comentários e as imagens não mostrarão nenhum passeio ou viagem de fim de semana, ao contrário. O assunto deste post é a cidade de Taquari, para onde me transferi a pouco mais de dois anos em função do trabalho, e que adotei como minha “segunda cidade natal”.

Taquari está localizada às margens do rio que lhe emprestou o nome e dista cerca de 95km da capital Porto Alegre, com acesso pela BR-386 “Tabai-Canoas” e depois via RS-287.

É um município pequeno, com pouco mais de 26.000 habitantes, e tem suas origens vinculadas ao inicio do processo de povoamento da região no século XVIII pelos imigrantes açorianos. Esta origem determinou profundamente as características da futura cidade e ainda hoje os traços da cultura e da arquitetura portuguesa e açoriana se fazer presentes nas ruas de Taquari.

Um pouco de história:

A existência histórica da cidade de Taquari vem de um desdobramento natural e de uma expansão dos primeiros núcleos de povoamento no Rio Grande do Sul. A região era inicialmente era ocupada pela tribo indígena dos Patos, que compunham uma nação indígena poderosa, dotada de gênio pacífico e industrioso. Desde o início, a região se apresentou como um ponto de atração e interesse de ocupação, devido a sua localização e a fertilidade das terras.
Em 1760, o governo português ordena a fundação de uma povoação no local, pois havia um grande interesse dos portugueses em povoar e desenvolver essa região. E para tal, decide enviar os açorianos, habitantes do arquipélago português dos Açores, recebendo do governo total assistência, através da demarcação de terras e entrega de títulos de propriedade. Apesar de não ser aceito por todos, Taquari pode sim ser considerada a primeira cidade açoriana do estado, pois os açorianos que aqui chegaram, fixaram-se e colonizaram a terra, enquanto os demais andavam por vários lugares, sem se fixarem em nenhum ponto. O principal ponto de instalação era o Passo do Rio Tibiquary. Segundo o historiador Otelo Rosa, o primeiro habitante de Taquari foi o Tenente Francisco da Silva.
Por volta de 1764, contabilizavam-se em Taquari 60 casais de açorianos, alojados às margens do Rio Tibiquary.
A palavra "Taquari" que dá nome à cidade é de origem indígena. Ela vem de tacuara (taquara) e y (água, rio). Portanto, Taquari significa "o rio das taquaras", pois nas margens do Rio Taquari haviam muitas taquareiras (taquaras), das quais os índios chamavam de tibiquary.
Emancipação. A criação do município de Taquari se deu no dia 4 de julho de 1849, onde a então Freguesia de Taquari se desmembra do município de Triunfo, e é elevado a Vila.
Fonte: site da Prefeitura Municipal de Taquari – http://www.taquari-rs.com.br/site/index.html

A economia do município, que já foi famoso pela produção de frutas citricas sendo conhecida como “terra da laranja”, hoje está fortemente baseada na silvicultura de reflorestamento do pinheiro e da acácia, visando atender basicamente à demanda das indústrias de beneficiamento de papel e celulose e produção de painéis de madeira instaladas na região.
Além de emprestar seu nome à cidade, o Rio Taquari também pode ser considerado uma das atrações do município, e em suas margens temos locais de bonito visual.

A balsa faz a travessia para o município de General Câmara na margem oposta do rio.

As margens do Rio Taquari proporcionam bonitos finais de tarde e belos pôr de sol.

Situada no centro da cidade, a Lagoa Armênia é um dos pontos turísticos mais bonitos de Taquari e ponto de encontro certo nos finais de tarde para um chimarrão e uma boa conversa com os amigos.


Durante o mês de dezembro, a Lagoa Armênia se transforma e recebe decoração especial para o evento conhecido como Natal Açoriano.



O Santuário de Nossa Senhora de Assunção é outro ponto de interesse turístico do municipio, e anualmente recebe a Romaria da Assunção, reunindo um grande número de fiéis.

Os meses de inverno trazem nos dias mais rigorosos bonitas imagens, principalmente quando a geada cobre os campos de branco.

Finalmente, para quem como eu curte uma estradinha de terra, buracos, pedras e água, Taquari é cercada por muitos kms de estradinhas secundárias que garantem a diversão de quem curte 4x4.