"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

quinta-feira, 27 de maio de 2010

SERRA DO RIO DO RASTRO E URUBICI, JUNHO 2002

Em junho de 2002, voltamos a Urubici e São Joaquim para um final de semana de descanso e lindas paisagens.

Desta vez seguimos pelo asfalto da BR-116 até a cidade de Lages, e descemos a serra catarinense pela famosa Serra do Rio do Rastro.

Este foi o nosso roteiro: Canoas, BR-116, Vacaria, Lages, São Joaquim, Urubici, Serra do Rio do Rastro,BR-101, BR-290 "Free way", Canoas

A viagem dia a dia:
Sexta feira, 21 de Junho:

Saída de Canoas pela BR 116 às 9:30h. Tempo bom.
Passamos por Caxias do Sul às 11:20h, após 127km. Começam os primeiros chuviscos e neblina;
Deixamos para trás Vacaria às 14:05h, após 242km de estrada, com uma parada de 1h para almoço em Campestre da Serra. Lá aproveitamos para a compra de vinhos na Cantina Pérgola, baratos e muito bons;
Chegamos a Lages às 15:55h, com o hodometro marcando 356km rodados desde casa. Saímos da BR 116 e tomamos a excelente estrada que leva a São Joaquim. Neblina forte e chuva ocasional desde Caxias.
Atingimos nosso destino do dia, São Joaquim, sob neblina intensa, visibilidade zero, às 17:01h, percorridos 431km.

Começa a esfriar, a temperatura caindo ao entardecer. Estamos hospedados no Hotel Maristela, um dos mais antigos da cidade, simples porém bem cuidado, limpo e aconchegante. Estamos “em casa”, muito bem recebidos pela Marta, proprietária do hotel. O chá quente de maçã é perfeito para esquentar o corpo do frio que já faz lá fora. Durante a noite a temperatura cai muito e chega a menos de zero.
A cidade, normalmente pequena e calma, está cheia devido à etapa da Copa Baja de Rally Cross Country, acontecimento de nível nacional que trouxe equipes e pilotos importantes do centro do país.

Sábado, 22 de Junho:

A temperatura ao amanhecer era de 2 graus negativos no termômetro da praça central, pertinho do hotel. A neblina muito intensa dominava a paisagem. O frio era impressionante, luvas e gorros de lã são itens obrigatórios e estão em cotação altíssima com a quantidade de paulistas na cidade. A neve esperada não veio;
Saímos com destino a Urubici, antes dando uma paradinha no Parque de Exposições da EPAGRI, para comprar as benditas luvas e gorros de lã ! De quebra, podemos caminhar em meio aos boxes das equipes da Copa Baja, verdadeiro paraíso de Trollers e L200 para jipeiro nenhum botar defeito;
Devidamente protegidos do frio, pegamos a estrada e rumamos para Urubici, para visitarmos o Morro da Igreja, ponto mais alto e frio do sul do país, com 1848m. O tempo fechado pela neblina antevia visibilidade nula, mas à medida que se deixa São Joaquim para trás, a neblina vai sumindo e dando lugar ao sol e céu limpo e azul;
Chegada ao topo do Morro da Igreja, com tempo bom, visibilidade excelente e muito frio, após 96km, sendo 10km em estrada de terra em boas condições.

No alto do morro a sensação térmica devido ao vento forte não deixa dúvidas sobre a fama de ser este um dos pontos mais frios do Brasil. Aqui se pode contemplar a Pedra Furada e a estação de vigilância aérea da Aeronáutica;
Na descida do Morro da Igreja saída rápida da estrada para conhecer a cascata Véu de Noiva. Retorno a São Joaquim para mais uma noite de frio intenso. A neblina foi embora de vez.

Domingo, 23 de Junho:

Iniciamos o dia ao ronco dos jeeps da Copa Baja, pois a largada era praticamente em frente ao hotel. Nada mal para quem adora jeeps e picapes !
Deixamos o hotel e São Joaquim com destino à Serra do Rio do Rastro às 10:50h. Tempo bom, sol e frio menos intenso. À medida que deixamos São Joaquim e nos aproximamos da descida da serra, o frio se torna cada vez menos intenso;
A Serra do Rio do Rastro é um espetáculo à parte. Deve ser admirada do seu ponto mais alto, no mirante, e durante toda a descida. No mirante, estamos a 1421m de altitude, lá embaixo, estaremos ao nível mar, em uma descida de 6,6km de extensão. Vale a pena descer bem devagar, parando a cada nova curva da estrada para conhecer um novo ângulo desta estrada impressionante. Aqui não se deve ter pressa, os aproximadamente 7km de descida são vencidos numa eternidade de paradas.



Após a descida da serra, segue- se em direção a Criciúma, passando por Lauro Muller, Urussanga e finalmente Criciúma, por estradas secundárias de asfalto regular e pouco movimentadas. A temperatura é totalmente diferente, luvas e casacos já foram devidamente postos de lado. De Criciúma, BR 101 até Osório, BR 290/ Free Way e chegada em Canoas às 18:15h.
Por este trajeto, a partir de São Joaquim são 410km até Canoas.

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