O roteiro do dia era visitar as barragens existentes entre Canela e São Chico, usando ao máximo possível estradas de terra pelo interior dos municípios. O tempo estava perfeito, céu muito azul com poucas nuvens, enfim dia excelente para um belo passeio e muitas fotos.
Saindo de Canoas, segui por asfalto via Novo Hamburgo e Sapiranga até Três Coroas, onde abandonei o asfalto e segui em direção à Barragem da Canastra, passando em frente ao Parque das Laranjeiras de onde saem as turmas que vão encarar o raft no Rio Três Coroas. Após algum trabalho e algumas entradas erradas, descobri um atalho que leva ao que sobrou da antiga casa de controle da barragem, hoje totalmente em ruínas. A casa de controle dá acesso à parte superior da barragem, de onde se pode apreciar um belo visual da região e fazer belas fotos.
Voltando pelo caminho até a última bifurcação antes de chegar à barragem, é possível fazer o contorno e chegar na barragem pela sua parte de baixo. Mais uma paradinha para conferir o visual e vamos em frente, o próximo ponto a ser visitado é a Barragem dos Bugres. A idéia inicial era chegar à Barragem dos Bugres passando pelo caminho ao lado do Morro da Canastra e Linha São Paulo, um caminho mais complicado, menos utilizado e mais “off-road”, cruzando por trechos de reflorestamento e estradas onde normalmente só circulam caminhões madeireiros e tratores............a expectativa era encarar alguns atoleiros leves e algum barrinho para pôr emoção ao passeio.
Infelizmente a região é pródiga em atalhos, desvios, bifurcações e caminhos alternativos e não consegui encontrar o desvio que deveria me levar até a região do morro da Canastra, conhecida como “Canastra Alta”. No meio das muitas tentativas de achar o caminho certo, acabei encontrando meio sem querer a Usina Hidrelétrica da Canastra da CEEE. Passeio sem GPS é assim, às vezes a gente não encontra o caminho desejado e acaba visitando lugares que não estavam no planejamento.
Seguindo adiante agora pelos caminhos conhecidos, passamos pela UHE dos Bugres e contornando o lago da barragem chega-se à sua bela represa.
Após uma parada de alguns minutos para curtir o local, resolvi seguir adiante pela estrada de contorno em direção à Canastra, acompanhando por alguns quilômetros a tubulação metálica que conduz a água da Barragem dos Bugres até a Usina da Canastra.
Pegando uma pequena trilha fechada em meio à mata, iniciando ao lado da estrada foi possível descer até bem junto dos tubos de condução de água e tirar algumas fotos deste curioso cenário de enormes tubos metálicos que mesmo aparentemente abandonados em meio à mata, seguem cumprindo através de décadas sua função de conduzir água para a geração de energia elétrica na Usina da Canastra, alguns quilômetros serra abaixo.
Retornando ao caminho original, continuamos subindo forte a serra até mais adiante voltarmos ao asfalto da estrada que liga Canela a São Chico, mas somente até o acesso à Barragem do Salto.Pouco depois de passar em frente à represa do Salto, entra-se à direita para seguir na estradinha que vai levar às barragens do Blang e Divisa.

Após uma bela caminhada, muitas fotos e uma parada para descanso, segui em direção à Barragem do Blang, a maior das três barragens que compõe o “Sistema Salto” de geração de energia elétrica nos municípios de São Chico e Canela. Esta eu já conhecia de outras visitas mas é sempre um prazer revisitar o Blang.
Desta vez a barragem estava cheia, o visual de cima da represa nota 10, o barulho da água sendo descarregada pelo tubo do vertedouro ensurdecedor.............enfim, mais um lugar perfeito para contemplar a natureza, o cenário, fotografar, curtir e relaxar um pouco.

Saindo do Blang, segui por uma estradinha com muitas pedras até São Chico, chegando à cidade por volta das 15:00h..............hora de procurar um almoço improvisado para acalmar a fome que a estas horas já se manifestava com força. Após um Xis Salada meio sem-graça e uma latinha de cerveja na rua principal, era chegada a hora de tomar o rumo de volta para casa.








Após a brincadeira na água gelada do riozinho, seguimos em frente em direção à Barra do Ouro, que fica a exatamente 38km do trevo de acesso na RS-020. Cruzamos rapidamente a pequena localidade, que se resume a algumas casas, um armazém, algum comércio, não sem antes pedir informações no armazém sobre a estrada que liga a Riozinho e Rolante, pela Serra da Boa Vista.
























Até aqui foram no total 280km, chegamos no cânion às 14:20h. Foram 60min de estrada a partir de Ausentes, andando sem pressa. Se em 2001 tudo o que vi foi neblina, desta vez o cânion estava totalmente visível, tempo aberto, céu azul. Deixamos o Vitara a uns 500m da borda do cânion e fomos caminhar pela sua borda. À direita temos o Pico do Montenegro, que é considerado o ponto mais alto do RS, com 1.403m de altitude. O Montenegro impressiona por sua beleza e grandiosidade e apesar de ser pouco conhecido, nada fica a dever aos conhecidos cânions de Cambará do Sul. O visual é deslumbrante e merece um tempo para ser admirado com bastante calma. 


Após curtirmos todas estas atrações, a hospitalidade do Chicão e da Nilda e o clima de Ausentes, iniciamos a viagem de retorno no domingo, dia 29 de maio, saindo da pousada às 16:00h. Até Cambará, direto da pousada, foram 85km, cumpridos em 2h20min. Chegamos a Cambará já noite........cansados, empoeirados mas muito felizes. Dali até Canoas somente nos restavam 180km de asfalto. Foram no total dois dias, 590km, nenhum problema com o Vitara que mais uma vez provou sua robustez, conforto e confiabilidade, muita estrada e muitas imagens gravadas em nossas lembranças, ótimas fotos de recordação e novas histórias para contar.