"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

terça-feira, 10 de abril de 2012

SÃO FRANCISCO DE PAULA, MARÇO DE 2012


  Dentre as cidades serranas gaúchas, uma de minhas preferidas é São Francisco de Paula, carinhosamente chamada “São Chico” pelos seus habitantes e visitantes habituais.
  
  Localizada a 112 km de Porto Alegre com acesso pela RS-020 a partir do vale do Sinos e da cidade de Taquara, São Chico tem uma população de 20.100 hab. (2010) e pode ser considerada a “porta de entrada” da região dos Campos de Cima da Serra, pois é exatamente no território de São Francisco de Paula onde a paisagem se alterna mudando das escarpas e serras cobertas por resquícios da Mata Atlântica para os campos limpos e capões típicos dos Campos de Cima da Serra.

  No fim de semana do dia 18 Mar mais uma vez subi a serra para “matar a saudade” de São Chico e suas atrações.
  Para quem se dispõe a visitar a cidade pela primeira vez ou busca mais informações sobre as atrações turísticas, hotéis e restaurantes da cidade, uma ótima fonte de informação é o site www.saochico.com.br           

  Na subida da serra pela RS-020, após o município de Taquara, optei por um “desvio” para conhecer a região colonial de Padilha, distrito de Taquara, caracterizado pelas inúmeras estradinhas de terra cortando os vales e montanhas que antecedem São Francisco de Paula e que marcam a transição entre o Vale do Paranhana e os Campos de Cima da Serra.


   Logo no inicio do trajeto, uma atração que vale a pena conhecer é a Cascata Caloni ou “Cascata dos Italianos”, a pouco mais de 3 km do asfalto da RS-020. O acesso é feito por uma interminável e cansativa escadaria......mas no final vale a pena o esforço físico quando se chega à base da cascata.


   De volta à estrada cruzamos pela pequena localidade de Padilha, encravada em meio às montanhas ao pé da serra.


   A paisagem ao redor.......muitas montanhas, subidas e descidas, e claro, muita estradinha de terra.



  Chegando a São Chico, providenciamos um ótimo almoço na Trattoria Pasta Nostra, casa de massas tradicional na cidade e que recomendo veementemente a todo visitante.

  Após o almoço encaramos os 16 km de estradinha esburacada e estreita que separam o centro de São Chico da Barragem do Blang, uma das inúmeras atrações turísticas da cidade (aqui por atração turística entenda-se natureza, cascatas, paisagens de campo e mata, nenhum paralelo com as “atrações comercias” oferecidas ao turista em Gramado por exemplo).


  A Barragem do Blang é operada pela CORSAN e foi finalizada em 1958, tendo 17 m  de altura, 720 m de comprimento e capacidade de acumulação de 50.000.000 m³.
Faz parte do sistema SALTO de geração de energia, estando interligada a mais dois reservatórios / barragens localizadas próximas, que são as barragens da Divisa e do Salto.
A barragem e seu entorno proporcionam belas imagens:






  Voltando a São Chico rumamos diretamente ao nosso hotel. Escolhi o tradicional hotel Cavalinho Branco com seu prédio e instalações antigas, mas com dependências sempre limpas e bem cuidadas. Obviamente existem hotéis mais luxuosos e confortáveis ali mesmo na cidade, mas em termos de charme, é difícil algum outro suplantar o Cavalinho Branco que brinda os hospedes com uma vista inigualável do Lago São Bernardo, a atração turística mais conhecida de São Chico.

  Ao cair da noite, uma indispensável caminhada em torno do lago São Bernardo nos brinda com um gostoso friozinho tipicamente serrano e belas imagens:



  Na manhã seguinte, café da manhã, chimarrão preparado, e a pedida é uma volta completa no entorno do Lago São Bernardo, aproveitando a iluminação perfeita do sol da manhã para registrar algumas imagens deste cantinho muito especial da serra gaúcha.


   O antigo e bonito prédio do hotel Cavalinho Branco é sempre uma atração à parte.


   À beira do lago, uma pista de caminhada, calçadas bem cuidadas e muitos bancos e mesinhas convidam a um chimarrão, um bom papo, ou simplesmente sentar-se e deixar o tempo correr admirando a paisagem.






  Para o almoço, escolhemos a lancheria e café anexa à Livraria Miragem. A livraria em si já mereceria um post só falando dela, não apenas pela diversidade e bom gosto das obras disponíveis, mas pelo belíssimo prédio construído para abrigar a livraria.

 Sonho, ou projeto de vida, da professora aposentada Luciana Olga Soares, a Livraria Miragem é uma das atrações turísticas imperdíveis de São Chico e que precisa ser visitada com calma e bastante tempo, para curtir cada estante, cada cantinho de suas dependências.
O café anexo à livraria oferece aos clientes uma diversidade de pratos, lanches, sucos e cafés baseados no princípio da cozinha natural, sem produtos industrializados, refrigerantes, e abrindo mão da carne animal. A pizza de tomates secos e servida sobre pão árabe e o hamburger vegetariano são excelentes opções.

  Após o almoço fomos visitar o Parque das 8 Cachoeiras, com acesso a partir do Lago São Bernardo. Para chegar ao parque o visitante encara um curto trajeto de pouco mais de 2 km por estrada parcialmente pavimentada, mas de toda forma em ótimas condições de conservação.

  O parque abriga além das cachoeiras, a opção de hospedagem em ótimas e confortáveis cabanas, construídas recentemente. 


  Aqui o grande atrativo é a vista maravilhosa das cabanas construídas inteligentemente com suas varandas e decks voltados para o vale.



   A visitação ao parque é paga (R$ 10,00 por pessoa), mas vale MUITO à pena. As trilhas de acesso às cachoeiras estão muito bem demarcadas e conservadas, tornando as caminhadas seguras e tranqüilas.

  Das oito cachoeiras existentes na área do parque, apenas duas são acessíveis por caminhada curta e relativamente rápida a partir da sede do parque. A Cachoeira do Remanso é a primeira delas e a de acesso mais fácil.


  Um pouco mais difícil e longa é a caminhada até a Cachoeira Escondida, ainda assim de acesso fácil e seguro.



  As demais cachoeiras, como avisam as placas informativas ao longo das trilhas, requerem maior preparo físico, disposição e principalmente tempo para serem visitadas.


  De toda forma, é impossível visitar toda a extensão e as atrações do parque em apenas um dia, portanto se a idéia é se aventurar pelas extensas trilhas e conhecer todas as cachoeiras do parque, ao menos dois dias devem ser reservados.

  Feita a visita ao Parque das 8 Cachoeiras, encerramos nosso fim de semana em grande estilo, cansados mas de alma lavada.


  São Francisco de Paula é daqueles lugares que a gente fica com saudade já na partida, e vai embora já planejando a próxima visita, e foi com este “espirito” que descemos a serra de volta para casa após dois revigorantes dias nas terras de São Chico.

3 comentários:

  1. Arlei, ótima aventura amigo. Deve ter sido algo sensacional esse passeio pra aliviar o stress do dia a dia, né?
    Mas quero mesmo te dar os parabéns por aquelas fotos no amanhecer junto ao lago São Bernardo. Ficaram fantáááááássssticas!!!!
    Já tinha visto outras fotos boas no seu blog, mas essas estão de mais. Dá até pra fazer um apanhado e criar um portifólio, hem? Que tal???
    Um grande abraço!

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  2. Ótimas fotos. Como bom nativo de Caxias, conhecer esses lugares é esquecer da cidade grande e descansar em meio a natureza.

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  3. São Chico é uma cidade especial mesmo. Lá parece que o homem revive um pouco sua comunhão com a natureza e a simplicidade.

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