"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

domingo, 10 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 7º DIA : RIVERA


  Dia de iniciarmos a viagem de volta para casa. E o dia começou em clima de “final de festa”, nublado, friozinho, ventando bastante e garoando vez em quando. Com este quadro, não tivemos pressa de sair do quarto. Tomamos o café calmamente, arrumamos as malas e fechamos a conta da pousada.



  Como ainda era relativamente cedo e tínhamos algum tempo antes de encarar a estrada de volta à fronteira, preparamos um chimarrão, aproveitamos que a garoa cessou e fizemos um último passeio pelas ruas ainda quase desertas de Colônia.





  Nos despedimos do Rio de la Plata, visitamos o farol, fizemos mais algumas fotos e em torno do meio dia abastecemos o carro e pegamos a estrada.


  Decidimos alterar nossa rota original para casa, cruzando pelo interior do país em direção a Rivera, ao invés de retornarmos pelo litoral em direção a Chuy como inicialmente previsto. O objetivo principal desta mudança de planos era conhecer uma outra face do Uruguai, o interior do país, distante do litoral e das atrações turísticas.

  Por este caminho, cruzamos as cidades de Trinidad, Durazno, Paso del Toro e Tacuarembó até atingirmos a fronteira com o RS na cidade uruguaia de Rivera, num total de aproximadamente 520 km de estradas retas, planas, com pouquíssimo trânsito e somente um pedágio já na Ruta 5.
  A paisagem é um tanto monótona, campos e mais campos, pouquíssimas cidades, e esporadicamente alguns “pueblos” bem pequenos e isolados.

  Vimos um Uruguai diferente do que tínhamos visto até ali, percorrendo a região litorânea e a capital Montevideo. Muitas fazendas de criação de gado e ovelha, pouquíssimas áreas cultivadas, enfim, ali o visitante entra em contato com um Uruguai essencialmente rural, escassamente industrializado, pouco urbanizado e povoado.
  As áreas de terra não ocupadas são imensas, as aglomerações urbanas pequenas. Frequentemente andamos várias dezenas de quilômetros na estrada sem cruzarmos com nenhum outro veiculo.

  Volta e meia, velhos caminhões e pick-ups dos anos 50 e 60 aparecem na estrada, invariavelmente em péssimo estado de conservação, mas mesmo assim ainda “na ativa”, rodando devagar, sem pressa, cumprindo suas funções de transporte de pessoas e cargas. Esta foi a imagem que tivemos do Uruguai distante das áreas mais “badaladas” do litoral e capital.

  Chegamos a Rivera pouco antes das 18:00 h e logo procuramos o posto da Imigração para devolver os formulários de controle de entrada no país que havíamos preenchido no Chuy.
O fiscal do posto nem se deu ao trabalho de verificar os papéis que lhe entreguei. Achei o Posto de Imigração em Rivera bastante mau cuidado e mau atendido. Diferentemente do Chuy, ele não está localizado na estrada, mas sim dentro da cidade de Rivera, numa rua de acesso ao centro da cidade, uma localização que dá um pouco de trabalho para encontrar apesar das (poucas) placas indicativas.
Há uma área de estacionamento para os “turistas” deixarem o carro, terreno livre para a ação de “flanelinhas” sempre dispostos a “cuidar do carro” em troca de algumas moedas. O ambiente no geral não nos agradou.

  Trâmites burocráticos de saída do Uruguai resolvidos, fomos procurar um bom hotel para pernoitarmos. Acabamos ficando no Hotel Portal, no lado brasileiro da cidade, ou seja já em Santana do Livramento. Bom hotel, meio antigo mas suficientemente confortável, a preço justo.
  Da mesma forma que no Chuy, em Santana do Livramento / Rivera não existe uma “fronteira natural” a dividir o Brasil do Uruguai. Na prática é uma única cidade, e a divisa é feita por uma avenida onde de um lado é Rio Grande do Sul, do outro Uruguai.

  Cidades de fronteira costumam não ter maiores atrativos em termos turísticos e Rivera / Livramento não é diferente. Assim, aproveitamos o ar condicionado do hotel até a hora do jantar, descemos, escolhemos um restaurante que nos pareceu razoável e após uma pizza simples mas saborosa voltamos para o hotel para encerrarmos nosso dia.

6 comentários:

  1. Este lugar tem história para contar e o bom é que eles tem mantido a arquitetura já secular!

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  2. Oi, Arlei, muito legal o seu relato! Quero fazer uma viagem parecida em janeiro de 2014, mas pretendo ir acampando e passando mais tempo nas cidades. Penso em pegar praia lá no Uruguai. Você que foi em janeiro, o tempo lá como é? Faz calor, dá para pegar praia? Eu pretendo levar roupa de frio também, devo caprichar no casaco? Obrigada pela ajuda e parabéns pelo blog! Um beijo! Beta

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  3. Beta, não sei se vc é do RS, mas o clima no UY em Janeiro é semelhante ao do RS, dá sim para pegar praia em JAN, alias este mês é alta temporada no UY e as praias estarão bem movimentadas (para a realidade uruguaia claro).
    Roupa para frio não precisa, no maximo um agasalho leve tipo moleton para a noite.
    Um abraço e otima viagem !
    Arlei

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  4. Opa Arlei,
    Gostaria de saber como é a estrada de Montevidéu até Rivera? é tranquilo?

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  5. Amigo, as estradas pelo interior do UY são em geral muito boas e de baixo movimento. De MVD a Rivera o caminho é pela RN5, estrada muito boa.
    Boa viagem !

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  6. OLá Arlei pretendo viajar em julho c meu marido p Uruguai de carro, sairemos do interior de SP. pretendo ficar uns dias no Sul e no Uruguai, adoro Estancias c cavalos vc poderia me indicar alumas, gostei dessa q vc postou, obgda .... Sandra

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