5º Dia de viagem, dia de conhecer a capital
uruguaia, e decidimos fazer isso da melhor forma, ou seja caminhando. Como o
hotel fica a poucas quadras, coisa de 15 minutos, da Avenida 18 de Julho que é
a principal avenida do centro da cidade, deixamos o carro guardado no
estacionamento do hotel, vestimos roupas confortáveis e após um reforçado café
da manhã saímos para explorar Montevideo.
Montevideo é fantástica para se
conhecer assim, caminhando, sem pressa. É uma cidade bastante segura e
tranquila, e mesmo no centro não se vê mendigos, desocupados e “afins”.
Logo de cara algumas
características de Montevideo nos chamaram atenção. A primeira delas foi a
quantidade de carros muito antigos em circulação, alguns em bom estado, outros
nem tanto. Para quem gosta de carros antigos, não deixa de ser uma atração a
parte ver tantos “velhinhos” assim rodando, na ativa.
Vimos diversas Fiat 600.
Muitos Citroën Mehari, que nos pareceu ser o "buggy" dos uruguaios.
As sempre charmosas Vespas.
A classe atemporal dos Mercedes.
Outra coisa que nos chamou atenção
é a quantidade de árvores nas calçadas, Montevideo é uma cidade incrivelmente
arborizada, e excetuando as ruas da região da Ciudad Vieja praticamente não
existem ruas sem arvores nas calçadas, tudo muito muito bonito.
A arquitetura clássica dos prédios
é outra atração, talvez a mais óbvia, de uma caminhada por Montevideo. Muitos
prédios antigos, muita coisa bonita para se ver e fotografar. Infelizmente a
cidade deixa um pouco a desejar quanto a conservação de seus prédios.
Fica
claro pela imponência e esmero das construções que Montevideo viveu um período
áureo na primeira metade do século passado, mas que nas décadas seguintes se
estagnou economicamente, parou de crescer e em consequência muitos prédios não
tiveram a sorte de receber a manutenção adequada.
Voltando a nosso “tour” pela
capital, seguimos do Ibis até a Avenida 18 de Julho, na altura da “Fuente de los Candados” ou “Fonte dos
Cadeados”, onde uma lenda diz que se duas pessoas colocam seus nomes num
cadeado e deixam ele preso à fonte, um dia voltarão junto até ali e
permanecerão juntos para sempre...
Seguimos andando sem pressa pela Av.18
de Julho em direção à Plaza de la Independencia, onde está localizado o prédio
mais emblemático e dominante da paisagem de Montevideo, o Palacio Salvo.
O Palacio Salvo foi à época de
sua inauguração, no ano de 1935, o edifício mais alto da América do Sul, com
115 metros de altura, e naquela época representava bem a prosperidade da cidade
de Montevideo, com seu estilo neoclássico e acabamento luxuoso.
Hoje infelizmente está um pouco
descaracterizado pelas lojinhas e bancas no térreo, e pela manutenção
inadequada de sua fachada. Mesmo assim segue sendo um prédio majestoso,
imponente e que marca presença na paisagem central da cidade.
Ainda na Plaza de la Independencia temos a estátua e o mausoléu de José
Artigas, o herói da libertação das terras uruguaias do domínio espanhol. Aliás,
Artigas está por toda a parte no Uruguai, dando seu nome a ruas, praças etc em
literalmente todas as cidades por onde passamos.
O entorno da Plaza de la
Independencia, como não poderia deixar de ser afinal é o coração de Montevideo,
é repleto de belos e imponentes prédios. Para onde quer que se olhe, existe uma
atração a ver e fotografar.
O Palácio da Presidência da Republica
do Uruguai também está ali, na Plaza de la Independencia.
O Teatro Solis, o mais importante
e tradicional teatro uruguaio, está localizado bem ao lado do Palácio da
Presidência, no outro lado da rua.
No Teatro Solis fizemos uma
ligeira visita ao hall de entrada e às galerias de arte localizadas abaixo do
hall de entrada. Infelizmente não pudemos conhecer o interior do teatro, pois a
próxima visita guiada seria somente as 17:00 h.
Aproveitamos que já passava das
13:00 h e fizemos um lanche num restaurante chamado “Bursa Kebap”, localizado
bem em frente ao Teatro Solis. Almoçamos um lanche típico turco chamado “döner kebap”, uma espécie de sanduiche
feito de pão turco “pita”, fatias bem finas de carne e saladas diversas.
Diferente e muito gostoso.
Baterias recarregadas para a
tarde, seguimos caminhando em direção à Ciudad Vieja, passando pela Plaza
Constitución, onde rola uma feirinha de artesanato e antiguidades muito bacana
e completa.
Visitamos a Catedral de Montevideo,
e fomos em frente seguindo nossa caminhada até o Mercado del Puerto, distante
algumas quadras dali junto ao porto e a área antiga da cidade.
O Mercado del Puerto é
provavelmente a atração turística mais divulgada e visitada de Montevideo, fato
comprovado pelos inúmeros ônibus de agências de turismo estacionados em seu
entorno. Para ser sincero, esperava mais. Bairrismos a parte, o Mercado Público de Porto Alegre é mais bonito e mais interessante.
A área em torno do Mercado del
Puerto é bem bacana e bem cuidada.
O interior do Mercado del Puerto no entanto se resume a
diversos restaurantes que servem todos a mesma coisa, a parillada, se alternando entre mais e menos sofisticados (e caros).
Não existem bancas de produtos típicos como imaginei que haveria, nem lojas de
artesanato, apenas algumas banquinhas de “lembrancinhas para turista”.
Caminhamos um pouco pelo Mercado
del Puerto sentindo o “clima” e o aroma inconfundível das parilladas que dominam o ar, tomamos um sorvete e voltamos
caminhando até o centro da cidade.
O caminho entre o Mercado del
Puerto e a Plaza de la Independencia cruza a área conhecida como Ciudad Vieja que concentra uma
quantidade muito grande de construções antigas, algumas em processo de
revitalização, mas de um modo geral esta região da cidade não é muito legal e a
conservação dos prédios antigos deixa bastante a desejar. Uma pena, pois
Montevideo seria uma cidade simplesmente encantadora se houvesse dinheiro e
esforço para revitalizar e restaurar todo o conjunto arquitetônico antigo,
principalmente na região da Ciudad Vieja.
Cansados do dia de caminhada por
Montevideo, retornamos até a região da Plaza de la Independencia e de lá
descemos até a rambla para então
seguirmos caminhando pela orla do Rio da Prata até nosso hotel.
Este foi o dia mais cansativo de
nossa viagem até aqui, mas valeu muito a pena a opção de conhecermos o centro de
Montevideo caminhando. Recomendaria sem medo de errar esta forma de conhecer a
cidade a todos que visitarem Montevideo e se hospedarem próximo ao centro.
De volta ao hotel, descansamos um
pouco, preparamos o chimarrão e no finalzinho do dia atravessamos a avenida em
frente ao hotel para assistirmos a mais um inesquecível pôr do sol sobre o Rio de la Plata.
O espetáculo diário vai começar.
O céu colorido de vermelho sobre o Rio da Prata.
O "Astro Rei" se despede encerrando mais um dia.
À noite fomos novamente jantar na
região central da cidade, e escolhemos o tradicional restaurante El Fogon - http://www.elfogon.com.uy/ - localizado na Av. San Jose, paralela à Av. 18
de Julho.
Experimentamos uma parillada de cinco carnes, ou seja cinco
cortes diferentes de carnes preparados na tradicional parilla uruguaia, e para sobremesa o já tradicional para nós
sorvete de dulce de leche.
Após o jantar aproveitamos a
noite quente e a completa ausência de trânsito pelas ruas para circular de
carro pelas ramblas contornando um trecho muito bonito da orla do Rio da Prata,
para finalmente voltarmos ao hotel e encerrarmos mortos de cansados nosso
quinto dia de viagem.
Admiro muito as suas expedições!!Tenho vontade de enfrentar a estrada e ir até Montevidéo de carro.
ResponderExcluirÓtimas fotos e informações.
ResponderExcluirOlá, realmente a cidade é muito legal, tranquila,arborizada....estive lá em Outubro de 2012...mas ao contrário do que vc escreveu, vi muita gente desocupada nas ruas, homeless,pedintes,ciganos...é uma cidade de contrastes, ora parece rica e civilizada e dobrando uma esquina parece pobre, decadente,caindo aos pedaços...e quer saber??? Me apaixonei pela atmosfera da cidade.Moraria lá sem dúvidas.
ResponderExcluirAdorei o blog, ótimas dicas!
ResponderExcluirAmei Montevidéu, pequena, tranquila, charmosa...
ResponderExcluir