"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 6º DIA: COLONIA DEL SACRAMENTO


  Chegamos a nosso sexto dia “na estrada”. Nosso plano para o dia previa conhecer e curtir mais um pouco de Montevideo, e no início da tarde deixarmos a capital uruguaia em direção a Colonia del Sacramento.

  Acordamos um pouquinho mais tarde do que de costume, fizemos nosso tradicional café da manhã reforçado, fechamos a conta no Ibis e fomos nos despedir do Rio de la Plata e da rambla.
  Gastamos um tempinho curtindo um último chimarrão na capital uruguaia e na sequencia pegamos o carro e rumamos para a região central em direção ao Estádio Centenário.

  O Centenário fica na continuidade da Av. 18 de Julho, não tem erro. Ao chegar no final da avenida basta contornar um extenso e bem cuidado parque e pronto, estamos ao lado do Estádio Centenário.


  A visita ao interior do estádio e ao museu do futebol é paga, 100 pesos, algo como 10 reais, por pessoa. Não é caro e vale MUITO A PENA, mesmo para quem não curte futebol.


  O Estádio Centenário foi o palco da primeira Copa do Mundo de Futebol, disputada em 1930. É até hoje a “casa” da seleção uruguaia de futebol, e mesmo não sendo um estádio moderno, nos moldes das “arenas” tão em moda, guarda seu encanto e charme principalmente em função de seu passado histórico.


  Quem chega ao Centenário logo de cara acessa a área do “Museo del Futebol”, são dois pavimentos onde o visitante conhece bastante da história da construção do estádio, da vida e carreira dos grandes craques uruguaios, vê os troféus das grandes conquistas da seleção local, entre eles a Copa do Mundo de 1950 conquistada em cima da Seleção Brasileira em pleno Maracanã.

"Pôster" do Campeonato Mundial de 1950, no Brasil, onde o Uruguai derrotou o Brasil na final em pleno Maracanã.


Camisetas utilizadas pela Seleção Brasileira na Copa de 1958, sendo a da direita a do Rei Pelé.



Camisetas de Diego Forlán, melhor jogador do Campeonato Mundial de 2010.



  Após a visita à área do museu, é hora de acessar as tribunas e arquibancadas e conhecer o palco de memoráveis partidas de futebol, o surrado gramado do Estádio Centenário.



  O Estádio Centenário era nossa ultima parada na cidade de Montevideo, e após a ótima visita, em torno de 13:30 h seguimos em direção à saída da cidade onde pegamos a “Ruta 1” que nos levaria a Colonia de Sacramento, distante 185 km.

  O caminho entre Montevideo e Colonia, como em quase todo Uruguai, é bastante tranquilo e com pouquíssimo transito. A viagem rende, e sempre dirigindo dentro dos limites de velocidade permitidos, rapidamente vencemos os pouco mais de 180 km e chegamos ao ponto extremo, mais distante, de nossa viagem.
  Dali, de Colonia, iniciaríamos nossa “volta para casa”. Ainda tínhamos bastante coisa para ver e conhecer mas já começávamos a sentir aquele gostinho de “tá chegando a hora de ir embora”, e a saudade dos dias maravilhosos de férias já começava a bater.

  Chegamos a Colonia em torno das 16:00 h. A cidade é bastante pequena e não tivemos nenhuma dificuldade em encontrar o Centro Histórico e a pousada onde havíamos reservado, Posada del Rio, uma pousadinha bastante simples mas com quartos bem equipados e suficientemente confortáveis.


  Rapidamente fomos atendidos pela pouco simpática atendente, fizemos o check-in, descarregamos o carro, descansamos um pouco e ainda aproveitamos que tínhamos bastante tempo antes do anoitecer para caminhar e conhecer a cidade, ou melhor, conhecer o Centro Histórico que é o que realmente interessa em termos turísticos.


  Colonia del Sacramento foi fundada pela Coroa Portuguesa com objetivo de demarcar posses na margem esquerda do Rio da Prata, fazendo frente ao domínio espanhol na margem oposta onde foi estabelecida a cidade de Buenos Aires, e somente mais tarde Colonia del Sacramento viria a ser tomada definitivamente pelos espanhóis. Em função disto, a arquitetura do centro histórico de Colonia é única dentro do contexto do Uruguai, justamente por esta influencia portuguesa.

Para quem tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre o Colonia del Sacramento e suas origens históricas, este link traz informações interessantes:  http://whc.unesco.org/en/list/747

  Colonia tem um “clima” , um charme especial e absolutamente encantador. As estreitas ruas em calçamento irregular, as construções antigas, o farol, as ruínas do forte, os carros antigos estacionados junto á calçada, a orla do Rio da Prata, tudo contribui para compor um clima único.


Este Citroën TA acabou virando um inspirado "vaso de flores".



Mapa do estuário do Rio da Prata sobre azulejos.


Ao fundo a Basilica del Santisimo Sacramento.


  Gostamos “de cara” de Colonia. A cidade é muito calma e gostosa de caminhar. Muitos turistas pelas ruas, gente fotografando o tempo todo, a gente mal percebe o tempo passar, e como ele passa rápido !

A famosa Calle de los Suspiros.


As ruas do centro antigo são identificadas por estas belíssimas placas em azulejo.


Este também parecia fazer parte da decoração, mas estava em condições de rodar normalmente.



  Após a rápida “caminhada de reconhecimento” voltamos à pousada para um rápido descanso, banho, preparamos o tradicional chimarrão de final de tarde e voltamos para a rua, para curtirmos mais um maravilhoso pôr do sol à beira do Rio da Prata. Impressionante como nossa viagem foi uma sucessão de fins de tarde impares, únicos.


O farol de Colonia del Sacramento no final de tarde.


O Buquebus que faz a ligação de Colonia com Buenos Aires na margem oposta do Rio da Prata.



Representação do mapa de Colonia del Sacramento em 1762.


O pôr do sol sobre o Rio da Prata, sempre com cores mágicas !



No horizonte o Buquebus rumo a Buenos Aires.



Espetáculo diário chegando ao seu ato final.


  Colonia del Sacramento definitivamente se transforma após o pôr do sol. O movimento nas ruas aumenta, os turistas saem dos numerosos hotéis e pousadas e tomam as ruas, bares e restaurantes. O movimento de verdade acontece após o inicio da noite.


  A luz amarelada das lamparinas que iluminam as ruas dão um ar absolutamente único, diferente, nostálgico e encantador a Colonia. Tudo se reveste de um colorido diferente, muito bonito, e a gente tem vontade de ficar caminhando pelas estreitas ruas, de um lado para outro.


A luz vermelha piscante do farol é apenas mais um elemento a compor o cenário.



  Escolhemos para nossa ultima janta em território uruguaio o restaurante “Lo de Renata” localizado na avenida principal do centro antigo, Av General Flores.


  A escolha foi excelente, pedimos uma parillada tradicional, que estava deliciosa, e curtimos muito nossa janta. Apenas para variar, fechamos a janta com sorvete de dulce de leche, caminhamos mais um pouco curtindo a noite de Colonia e finalmente próximo às 24:00 h retornamos à pousada para encerrarmos nosso dia.
 Amanhã, começaremos nossa viagem de volta para casa.

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