"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SÃO JOSÉ DOS AUSENTES, DEZEMBRO DE 2014

   Em dezembro de 2014 visitamos mais uma vez São José dos Ausentes, localizada a 250 km de Porto Alegre, no coração da região dos Campos de Cima da Serra. O programa era desfrutarmos o final de semana prolongado aproveitando a hospitalidade e simpatia do Chico e da Nilda, proprietários da pousada Fazenda Potreirinhos - http://www.fazendapotreirinhos.com.br/ .

Nosso destino, Pousada Fazenda Potreirinhos

   Para quem sai de Porto Alegre, a rota mais curta em direção a Ausentes é via BR 116, passando por Canoas em direção a Novo Hamburgo. Logo adiante entrar a direita na RS 239, seguindo até a cidade de Taquara. De lá, segue-se pela RS 020 até São Francisco de Paula, contorna-se a cidade e segue pela mesma RS 020 até a localidade de Tainhas, onde uma boa sugestão é uma parada estratégica para descanso e lanche no Café Tainhas, onde a dica é pedir uma xícara de café com leite e o clássico pastel de queijo serrano frito na hora.

   Seguindo em frente, pouco depois do Café Tainhas entra-se à direita na Rota do Sol, RS 453, e logo à frente volta-se novamente à esquerda na RS 020, em direção a Cambará do Sul. Chegando a Cambará do Sul, temos pela frente mais 52 Km de estrada de chão até chegar à sede do município de São José dos Ausentes.

   A pousada Fazenda Potreirinhos, localizada no distrito de Silveira, fica a 34 km de distância da sede do município de Ausentes. É uma região onde a paisagem é marcada por rios de aguas limpas e frias e campos sem fim.
   Como estamos na primeira quinzena de dezembro, absolutamente fora da época de maior procura de turistas na região, temos a pousada somente para nós, o que aumenta ainda mais a oportunidade de desfrutarmos da atenção e hospitalidade de nossos anfitriões.
   
   Nossa viagem partindo da região metropolitana de Porto Alegre foi acompanhada de muita chuva e neblina na maior parte do caminho. A partir de São Chico de Paula atravessamos um verdadeiro ‘pé d’água’ que tornava quase impossível andar a mais de 50 km/h. Mais à frente a chuva diminuiu e a neblina veio forte. O trecho de 52 km de estrada de terra entre Cambará e Ausentes foi vencido com muita calma, na base da baixa velocidade, muita neblina e alguma lama. 

Muita chuva e neblina no caminho até Ausentes

   Devido à baixa velocidade em função da chuva e neblina, acabamos chegando a nosso destino já no final da tarde de sexta feira.

Chegamos ao paraíso, vale do Rio Silveira, Ausentes

   Após sermos recepcionados pelos nossos anfitriões Chico e Nilda, rapidamente descarregamos o carro, nos acomodamos em nosso quarto, tomamos um revigorante banho quente e após algumas cuias de chimarrão e uma boa prosa em volta do fogão já estávamos saboreando o farto e delicioso jantar preparado pela Nilda. Entramos rapidamente no ritmo da vida de fazenda: jantamos cedo apesar de estarmos em pleno ‘horário de verão’, jogamos um pouco mais de conversa fora e dormir bem cedo. Descanso merecido em meio ao total silêncio e tranquilidade dos campos ausentinos.

   Durante a noite choveu mais um pouco, e acordamos no sábado ao agradável som das curicacas no telhado da pousada. O café já estava servido, então nos apressamos em saborear os bolos, doces e o café quentinho, antes de iniciarmos nossas atividades exploratórias do dia.
   Na parte da manhã, caminhamos nos campos no entorno da sede da pousada, aproveitando que o tempo estava colaborando para registrar belas imagens.

Caminhando no entorno da sede da pousada

Nossos companheiros de caminhada, os simpáticos cães da pousada

Campos ausentinos

Muro de taipa, Fazenda Potreirinhos

Sede da fazenda & pousada

"Old Chevy"

   No topo do morro em frente à pousada, atrás de um capão nativo de araucárias e outras espécies, um singelo cemitério de campanha, onde estão sepultados os antepassados da família proprietária da fazenda.


   À tarde, após um almoço caseiro extra bem servido e saboroso, como aliás todas as refeições servidas pela pousada , arriscamos uma caminhada tranquila de uns 40 minutos até a vizinha pousada Fazenda Cachoeirão dos Rodrigues.


Sede da pousada Cachoeirão dos Rodrigues


   Aqui os grandes atrativos são as corredeiras do Rio Silveira, onde nos meses de inverno temos a prática da pesca esportiva de trutas, além da bela cachoeira que dá nome à pousada.

Rio Silveira


   Aproveitamos bastante o silêncio e o clima ameno para apreciar sem pressa a beleza do lugar, mas sem descuidar do céu que trazia nuvens carregadas indicando que a chuva estava chegando. O caminho de  volta à pousada foi feito com um olho na paisagem e outro do horizonte, e como as nuvens escuras teimavam em se aproximar, as ultimas centenas de metros da nossa caminhada foram vencidas em ritmo acelerado.

Corredeiras do rio Silveira e o tempo fechando no horizonte


O famoso Cachoeirão dos Rodrigues

   Mal acabamos de chegar à pousada e a chuva desabou...escapamos por pouco. Já abrigados, ficamos um tempo sentados na área em frente à pousada, admirando a chuva típica de verão que veio forte e logo passou. Encerramos o dia aproveitando a tranquilidade da fazenda para tomar um bom chimarrão e mais tarde novamente nos esbaldarmos no jantar.

   No domingo, dia de voltar para casam, o dia amanheceu limpo, com céu completamente azul, o que é ótimo para fotografar. 

Amanheceu em Ausentes, vista da sacada de nosso quarto

   Fizemos nosso café reforçado, preparamos nosso chimarrão companheiro e fomos mais uma vez caminhar explorando os campos e morros nas proximidades da pousada.



Campos sem fim
"Banhados de altitude", no topo do morro em frente à pousada

   Após o almoço, servido mais cedo especialmente para nós, únicos hóspedes no final de semana, nos despedimos dos nossos anfitriões Chico e Nilda que mais uma vez deram um show de hospitalidade e dedicação, e iniciamos nossa viagem de volta à região de Porto Alegre. 

Hora de ir embora

Uma última visão do vale do Rio Silveira

   Na mala, além das belas imagens e boas recordações levamos uma pontinha de vontade de logo retornar a este destino tão especial escondido nos campos ausentinos.

No caminho entre Ausentes e Cambará do Sul, belas paisagens


Ponte de divisa, Ausentes x Cambará



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