4º dia, sábado, 07 Dez 13
Os dois primeiros dias de viagem
em Mendoza foram incríveis e dedicados às atrações na montanha. Vi muita coisa
bonita, calor, frio, vento, paisagens desérticas, neve.
Para o sábado o foco de atenção
mudou, e o plano era dedicar o dia para conhecer a outra grande atração turística
de quem vai visitar a região de Mendoza, as vinícolas ou “bodegas” como são
chamadas por lá.
As vinícolas da região de Mendoza
podem ser agrupadas em três roteiros distintos e mais ou menos distantes entre
si, Maipú, Luján de Cuyo e Vale de Uco, cada qual com características particulares que podem ser vistas aqui: http://www.malbecsymphony.com/regioesvitivinicolasmendoza_po.asp
Maipú é a região mais tradicional
e abriga as bodegas mais antigas. Fica em torno de 20 km do centro de Mendoza,
e tem como maiores destaques as bodegas Trapiche, La Rural e Familia Zuccardi.
Luján de Cuyo é o “Berço do
Malbec”. Está localizada na parte alta do Rio Mendoza a 20 km da cidade, bem na junção da Ruta 40 (RN40) com a
RN7. As bodegas de maior destaque na região são Catena Zapata, Chandon, Luigi
Bosca e Ruca Malen. Das três regiões produtoras, Luján de Cuyo foi a única que
não visitei.
Finalmente a terceira e mais
distante região, Vale de Uco. Localizada a 100 km de Mendoza, a região fica aos
pés da Cordilheira dos Andes, entre 800 e 1200 metros de altitude, e abrange os
“departamentos” (municípios) de Tupungato, Tunuyan e San Carlos. Mais recente
das três regiões produtivas, Vale de Uco abriga empreendimentos modernos,
extensos e impecavelmente cuidados, e devido a suas características climáticas
e de altitude, é a região eleita para a produção de vinhos de maior qualidade -
http://www.premiumwines.com.br/regiao_olha.php?reg=38
A paisagem dominante do Vale do Uco, vinhedos e os Andes
Vinhedos da Bodega Salentein
Os grandes destaques da visita à
Salentein são o cuidadoso tratamento visual de toda a área da bodega, o cuidado
quase obsessivo com a qualidade durante a produção do vinho, e claro a adega
que está localizada a 11 metros abaixo do nível do solo, e onde há uma espécie
de “anfiteatro” com direito a piano e tudo. É neste lugar, abrigado do calor e
da luz, que ficam envelhecendo em barris de carvalho os vinhos
produzidos pela bodega.
Na adega da Salentein a surpresa de um anfiteatro 11 metros abaixo do solo
A cave da Salentein, impregnada do delicioso aroma do vinho
Encerrada a visita à Salentein,
iniciei o retorno a Mendoza. No caminho existem várias bodegas interessantes
que também valem uma visita.
Passei rapidamente pela Bodega
Andeluna, uma bodega menor que a Salentein mas de tratamento visual ainda mais
apurado, com um cenário lindo de seus parreirais contrastando com as montanhas
nevadas no horizonte.
Centro de Visitação da Bodega Andeluna, tratamento visual de primeira
Como engenheiro mecânico, não pude deixar de perceber o
engenhoso e tecnológico sistema de válvulas automáticas que fazem o controle da
irrigação dos parreirais, item vital para o bom desenvolvimento da uva neste
solo tão seco e clima tão árido.
Sistema de irrigação automática
Vinhedos da Andeluna com Andes no horizonte
Outra visita rápida apenas para
fotos foi à bodega Alto Agrelo / Vignes de Andes, já bem próximo a Tupungato.
Reparem na aridez do solo...
Sistema de condução em espaldeira, prioridade para alta qualidade da uva, e proteção contra o sol mas principalmente contra chuva de granizo
No finalzinho do dia (nesta época
do ano o sol se põe depois das 21:00 h em Mendoza) fui passear e conhecer o
Parque General San Martin.
O Parque San Martin é
imenso, existem diversas avenidas que cortam o seu interior, tudo é muito
bem cuidado e bonito. Interessante notar que o pessoal evita exercícios físicos
ou mesmo passear no parque durante o dia, então antes das 20:00 h tudo é meio
“morto”, a coisa começa a ficar movimentada após as 21:00 h e o “pico” mesmo
acontece somente após as 22:00 h que é quando os mendonzinos saem para jantar e
curtir a noite de temperatura mais amena.
Muitas famílias chegam de carro
ao parque lá pelas 23:00, 24:00 h, estacionam o carro junto aos gramados e
montam o piquenique noturno com direito a mesinhas, cadeiras, etc.
Incrivelmente, tudo acontece em um clima de muita tranquilidade, ninguém abusa
do volume do som nos carros, parece que o bom senso e respeito à paz do próximo
ainda existem por aqui...se fosse do Brasil, a insuportável guerra de som dos carros já
estaria dominando o ambiente L
Nenhum comentário:
Postar um comentário