6º dia, segunda feira, 09 Dez 13
Dia de deixar o conforto do Ibis
de Mendoza, e tomar o caminho da alta montanha novamente ! A bagagem foi toda
arrumada na noite anterior, então após o café da manhã fiz o check-out no Ibis
e parti rapidamente para a estrada.
Plano do dia: a partir de Mendoza
percorrer o caminho conhecido como “Caracoles de Villavivencio” até Uspallata,
numa distância total de 112 km, chegando lá pelo meio da tarde, para ter tempo
de explorar a região do vale de Uspallata, e passar a noite por lá.
Após cruzar a região central de
Mendoza e sair da cidade na direção norte, o trajeto segue uma reta sem fim
pela estrada RP52, cruzando uma região praticamente deserta.
Ao se aproximar
das montanhas o caminho toma a direção oeste e começa a subir lentamente, ainda
por estrada de asfalto, em direção à Reserva Natural de Villavivencio.
Após rodar em torno de 50 km
cruzamos pelo Hotel Termas de Villavivencio. Construído na década de 40 em
estilo arquitetônico bávaro que lembra os hotéis da região serrana gaucha, o
hotel é uma bonita atração no caminho. Vale uma rápida visita e algumas fotos.
Infelizmente como não estamos na estação de férias e é uma segunda feira, o
hotel está fechado e apenas fiz uma rápida caminhada pela sua parte externa.
Daqui para frente, ripio até Uspallata !
A placa relembra: "sea prudente, conduzca con precaucion"
A estrada não é excessivamente
esburacada nem difícil de guiar, basta cuidado e andar em velocidade adequada
para que qualquer veiculo mesmo de passeio possa fazer o caminho com segurança.
O trecho de subida é incrível, a
estradinha segue sempre serpenteando por entre as montanhas, cruzando uma
grande área de preservação ambiental chamada ‘Reserva Natural de Villavivencio’.
Não há casas, povoados ou habitações durante todo o caminho, nenhum sinal de
civilização. A sensação de isolamento na montanha é incrível.
No meio da subida uma surpresa:
um guanaco desceu a encosta da montanha poucos metros à frente do carro, correu
um pouco, depois parou pelo tempo suficiente para que eu saltasse do carro com
a câmera em mãos e pudesse registrar tudo. Depois seguiu sua caminhada encosta
abaixo sumindo em meio aos arbustos.
Guanaco "curioso"
Chegando ao mirante dos Caracoles de Villavivencio
A imagem faz a Serra do Rio do Rastro
em Santa Catarina, conhecida por suas inúmeras curvas, parecer brincadeira de
criança.
Fantástica vista do mirante dos Caracoles de Villavivencio, de onde se vê o vale e a estradinha sinuosa que acabamos de deixar para trás
Caminhando pelos campos da "Quebrada del Toro"
Aproveitei os campos de Quebrada
del Toro para descansar, dar uma caminhada e curtir o clima da alta montanha.
Foi necessário vestir um agasalho para me abrigar do vento intenso e frio.
De volta à estrada, segui em
frente até o local conhecido como Cruz de Paramillo, onde também existe um
mirante de onde se pode avistar do Aconcágua.
Cruz de Paramillo fica a 30 km do
destino final que é a vila de Uspallata.
Lá atrás, em meio às pesadas nuvens, a cadeia de montanhas da Reserva de Villavivencio que acabamos de cruzar
Cruzando o deserto do Vale de Uspallata
Montanhas multicoloridas contrastando com o céu
Estradinha seguindo em direção a Uspallata
Na chegada a Uspallata, muitas arvores trazendo algum conforto e sombra aos moradores do vilarejo
Rapidamente descarreguei as
mochilas do carro e tratei de achar um restaurante aberto para fazer um lanche
já quase no meio da tarde. Pedi um sanduiche de “jamón crudo”, que é muito parecido
ao que conhecemos aqui em terras gaúchas por “copa”, ao custo de 50 pesos,
cerveja incluída.
Almoço à beira da RN-7
O sanduiche veio em tamanho XGG,
servia tranquilamente duas pessoas, de toda forma a minha fome era grande também
e o sanduiche delicioso, assim não foi nenhum sacrifício devorá-lo inteiro.
Aproveitando que a luz do dia se
estende até por volta das 21:00 h por estas bandas, coloquei meu companheiro Gol na
estrada novamente para encarar 9 km de ripio pela completamente deserta RP13
até o ‘Cerro 7 Colores’.
Mais ripio na RP-13 entre Uspallata e o Cerro 7 Colores
Apesar do forte calor mesmo sendo
final de tarde, deixei o carro para trás e aproveitei para caminhar buscando
melhores pontos de vista das montanhas coloridas ao redor. No alto de uma
pequena montanha exatamente em frente ao Cerro Sete Colores, sentei e deixei o
tempo passar, curtindo uma sensação de isolamento e paz completos.
Montanhas multi-coloridas na região do Cerro 7 Colores
Reflexões feitas, muitas fotos
registradas, é hora de descer a montanha e pegar a estrada de volta a Uspallata.
Cenários impressionantes no caminho de volta a Uspallata
No caminho, pouco mais de 1 km
antes da vila, fiz uma parada para conhecer a “Via Crucis de Uspallata”, uma
sequência de cruzes em meio às montanhas que representam as estações da Via
Crucis de Cristo.
Inicio da "Via Crucis"
A caminhada é dura, a trilha
estreita, as subidas são íngremes e a distância entre cada estação é bem
razoável, de modo que consegui caminhar até a quarta estação apenas, registrei
algumas fotos e dei por encerrada “minha Via Crucis”. Hora de retornar ao hotel
para o merecido banho e descansar.
Estação na trilha da Via Crucis
A ultima estação fica lá no alto da montanha, haja fôlego e disposição para encarar a caminhada