"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

sábado, 17 de julho de 2010

CAMINHOS DE PEDRA, BENTO GONÇALVES, OUTUBRO DE 2009

Em outubro de 2009, subimos a serra em direção a Bento Gonçalves com o objetivo de percorrermos a rota turística conhecida como Caminhos de Pedra - http://www.caminhosdepedra.org.br/ -, um dos mais conhecidos passeios da região de Bento Gonçalves e que leva à colônia São Pedro, no interior do município. O interesse obviamente estava em mergulhar em pouco da história da colonização italiana, através das construções típicas e dos estabelecimentos que constituem o roteiro.

O caminho mais fácil para chegar até o Caminhos de Pedra é a partir da RST-470, de onde após o acesso a Garibaldi deve-se entrar à direita na estrada que leva a Farroupilha, e em torno de 6km depois entrar à esquerda no acesso que leva ao roteiro Caminhos de Pedra. Parece complicado mas felizmente os acessos são bem sinalizados e não tem como se perder.

O roteiro de sete quilômetros passa por 28 construções em pedra e madeira, formando um cenário que remete à região norte da Itália. São moinhos, casas de massas, teares, moinhos de erva-mate, cantinas e capelas. Nos estabelecimentos ao longo do caminho há ofertas de produtos coloniais, como queijos, salames, conservas, doces, iogurtes, massas e vinhos artesanais, mate para chimarrão e produtos à base de leite de ovelha.

Um pouco sobre a história do projeto "Caminhos de Pedra" e da região:

“O roteiro Caminhos de Pedra visa resgatar a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à serra gaúcha desde 1875.
O projeto surgiu a partir de um levantamento do acervo arquitetônico de todo o interior do município de Bento Gonçalves, realizado no ano de 1987. Constatou-se então que o Distrito de São Pedro, composto por 7 comunidades, (São Pedro, São Miguel, Barracão, São José da Busa, Cruzeiro, Santo Antonio e Santo Antoninho) possuía o maior número de casas antigas, conservava sua cultura e história, tinha acesso fácil e, conseqüentemente, um grande potencial turístico, apesar da decadência e abandono por que passou na década de 1960-70 com a mudança de traçado da rodovia que ligava Porto Alegre ao norte do estado.
Esse precioso acervo material, parcialmente abandonado e esquecido, exigia uma ação rápida para não ter a mesma sorte de tantas e tantas casas de pedra, madeira e alvenaria que acabaram ruindo ou sendo demolidas. ”

Após um farto almoço no Ristorante Del Fillipi – localizado na RST 470 km 221, em Garibaldi, pouco antes do trevo de acesso ao vale dos Vinhedos – seguimos para o Caminhos de Pedra.

Logo no inicio da estrada uma bonita atração é a Destilaria Busnello - http://www.destilariabusnello.com.br/ . Construído na década de 1960 sob a forma de um castelo, abriga as instalações da que é a primeira destilaria de "malt whisky" do Brasil. Sua arquitetura foi inspirada no "Castelvecchio" da cidade vêneta de Conegliano.

Pouco adiante temos o conhecido e movimentado restaurante Nonna Ludia - http://www.nonaludia.com.br/ , bonito e bem cuidado, mas aparentando um pouco “produzido demais” para receber principalmente os turistas clientes das agências de turismo em seus passeios pela região. O grande número de carros, vans e microonibus e a visível agitação do lugar não nos pareceram nada convidativos para quem, como nós, privilegia a tranqüilidade na hora das refeições.

Mais à frente, outra bela atração histórica é o Moinho Bertarello localizado às margens do pequeno arroio Buratti.

Seguindo pela estrada, após o moinho Bertarello passamos pelo monumento “Pedra do Sol” e cruzamos o pontilhão saindo da estrada principal à esquerda, para visitarmos a Casa Merlin, considerada a maior casa de pedra de toda a região. Conta com 43 aberturas, 3 pavimentos e um total de 400 m2 de área construída. No período de apogeu da Linha Palmeiro as casas eram grandes e expressavam a prosperidade da família. Observando a casa Merlin, com toda sua imponência, fica claro perceber que foi moradia de uma próspera família.


Mais à frente, o roteiro Caminhos de Pedra nos reserva outras atrações como a Casa do Artesanato e Casa das Massas, a Casa da Erva Mate, a Cantina Strapazzon e a Vinícola Salvatti & Sirena - www.salvatisirena.com.br/salvati - , dois lugares abertos à visitação e onde o visitante pode conhecer um pouco do processo de produção dos vinhos, degustar copas, queijos, salames e é claro os vinhos produzidos.



A Salvatti & Sirena também oferece um bem elaborado almoço típico baseado em pratos tradicionais da colônia italiana como queijos, copas, salames, radicci com bacon, polentas, fortaias, pães caseiros, tudo é claro acompanhados por um bom vinho ou suco de uva.

Outro ponto de destaque pela beleza da casa onde está instalado e também pelos pratos que serve é o Restaurante Casa Vanni.

Localizado numa casa de madeira com porão de pedras, construída em 1935, o restaurante serve pratos à base de massas no porão de pedras enquanto o 1º piso foi destinado para uma área de cafeteria e venda de artesanato. Como já havíamos almoçado, ficará para uma próxima vez experimentar os muito bem recomendados pratos da Casa Vanni. De toda forma, fica aqui a dica gastronômica aos visitantes do Caminho de Pedra.

Um comentário:

  1. Faltou a Casa do Tomate que é baseada na arquitetura italiana.

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