8º dia, quarta feira, 11 Dez 13
Após seis dias perambulando aos pés dos Andes e curtindo
suas paisagens incríveis, chegou a hora de voltar. Ultimo dia em Mendoza, expectativa
a mil pela viagem de retorno, acordei cedo e após o café da manhã encerrei a
conta do hotel e segui para o aeroporto El Plumerillo, localizado na saída
norte da cidade, onde o pessoal da locadora me aguardava para a devolução do
valente Gol.
Trâmites de embarque feitos, em pouco tempo estava
sobrevoando Mendoza em direção a Buenos Aires para a conexão, e então mais um
trechinho de voo até a aproximação do aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, sobrevoando
o velho conhecido rio Guaiba, mais uns instantes...........pronto, as rodas do
avião tocam mais uma vez a pista do aeroporto, e estou em casa. Emoção gostosa aterrissar
em Porto Alegre depois de ver tanta coisa em tão pouco tempo nestes últimos dias,
que a semana mais parecia ter sido “um mês".
Foram dias incríveis, uma viagem perfeita onde tudo deu
certo. A despeito de ter cruzado regiões semi-desertas sem praticamente nenhum
transito de outros veiculos e por estradas que fariam muito proprietário de
“pseudo-SUVs” e “Ecos” da vida sentirem pena de seus veiculos, em nenhum
momento me senti perdido ou inseguro. O “temido” ripio (estrada de cascalho
solto) inspira cuidados na condução do carro, mas não traz maiores perigos se
tratado com a devida cautela. Já as estradas regulares de asfalto são de modo
geral excelentes, bem conservadas, sinalizadas e seguras, e com limites de
velocidades “decentes”, ou seja 110 km/h em auto estrada, 90 km/h em estradas
vicinais de pista simples.
Rodei em torno de 1.500 km nos seis dias livres que passei
em Mendoza, e sem duvida alugar um carro foi a escolha mais acertada, pela liberdade
total de escolha de destinos e horários. O aluguel do Gol me custou R$ 650,00
pagos em reais à locadora, algo como $ 2.500 pesos argentinos. A gasolina
(nafta super) estava custando 9 pesos o litro, algo como R$ 2,50 o litro no
cambio a 3.5 reais/peso.
A região da cordilheira dos Andes, a cidade de Mendoza e
fronteira com Chile oferecem muito ao turista em termos de visuais, paisagens,
estradas. É um destino fantástico que merece ser visitado com calma. Muita
gente vem a Mendoza com roteiros “bate e volta” de dois a três dias, visitam
uma ou duas vinícolas, o Parque Aconcagua e mais nada. Perdem MUITO do que
existe de bonito e interessante na região....perdem a estrada, as paisagens, o
contato com o povo. Para curtir de verdade Mendoza e região, uma estadia de
cinco dias no mínimo é necessária.
Também não é um destino caro. De modo geral alimentação e
estadia em Mendoza tem valores bastante atrativos, principalmente se o cambio
estiver favorável ao dólar / real. Quando estive lá, Dez/13, o cambio peso x
real estava na casa de 3.5 a 3.8 pesos para cada real, com a desvalorização
recente o cambio passa da casa dos 4 pesos por real, o que torna tudo ainda
mais atraente em termos de custo. Vale MUITO a pena pagar tudo em espécie,
evitar a todo custo uso do cartão de credito e fazer cambio no aeroporto, onde
a taxa de conversão é a “oficial” e extremamente desvantajosa.
Por fim, a imagem que fica, a lembrança maior da viagem, a
visão do Aconcagua, sem qualquer duvida a maior atração turística da região e
que sozinho já “paga” a viagem.
O grande Amyr Klink, no livro "Paratii - Entre Dois Polos" escreve que “não poder dividir momentos especiais poderia ser um problema, mas há
situações que se passam no mar que são para não serem divididas. Algumas tão
belas e únicas que devem continuar dentro de quem as vê e só assim se
transmitem: inteiras”.
Pois não apenas no mar, na montanha também as
palavras do navegador solitário fazem todo o sentido e a visão que guardo do
Aconcagua é algo deste tipo, uma visão bela, única e inteiramente pessoal.