"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

BUSCANDO A BELINA EM CANELA

  O blog (e as viagens) andam meio de lado...outras prioridades e compromissos, e o tempo livre acaba sendo empregado em assuntos menos prazerosos do que pegar o carro e sair por ai.

  Um destes “assuntos” foi a recente aquisição de um carro antigo. Ok, nem tão antigo assim, tampouco um clássico...mas é um modelo que eu gosto muito e representa bem um padrão de acabamento e qualidade que a Ford sempre teve e acabou perdendo a partir dos anos 90.

  Símbolo de luxo e requinte desde seu lançamento em 1981, o Del Rey e mais tarde sua versão perua Belina representam o estágio final da evolução da linha Corcel desde seu lançamento em 1968 como um pequeno e econômico sedan 4 portas com motorização Renault 1.3 litro passando pela sua evolução Corcel II e chegando finalmente ao Del Rey que no final dos anos 80 recebeu a motorização VW AP 1.8 melhorando consideravelmente o seu desempenho.

  O carro em questão é um Del Rey Belina GLX 1.8 ano 90, e foi encontrado em Canela – RS via internet. Estava em excelente estado de conservação, 100% original, pouquíssimo rodada, e trazia de quebra a interessante e bonita combinação de pintura exterior verde metálica e interior bege.
Após uma visita prévia no final de semana anterior para conhecer o carro e alguma negociação, fechei o negocio e marquei com o proprietário para ir buscar o “brinquedo novo” no dia 06 de Agosto.


  No dia marcado peguei um ônibus na rodoviária de POA e subi a Canela para buscar a "criança", carregado de expectativa. Após os rápidos trâmites de cartório e banco, “tomei posse” do novo brinquedo. Ainda em Canela as primeiras fotos junto à famosa igreja de pedra da cidade.



  Em Gramado, a Belina ganhou pneus novos para encarar com segurança e conforto a viagem de volta a Canoas. Os pneus instalados nela, ainda originais de fabrica, estavam “quadrados” e completamente ressecados e com rachaduras, e não ofereciam condição segura de rodar em estrada.


   Já de pneus novos, uma parada para fotos junto ao Pórtico de Gramado, antes de encarar a estrada de volta a Canoas.




   Os 115 km entre Gramado e Canoas foram vencidos sem nenhuma dificuldade ou problema. A Belina encarou a estrada com todo conforto, silenciosa, macia, mantendo velocidade normal junto ao trânsito com tranqüilidade e segurança até a garagem de casa, onde vai ficar guardada recebendo as devidas revisões e “upgrades” e saindo esporadicamente para passeios em finais de semana de sol.

sábado, 6 de julho de 2013

"POR AÍ" 9 - BARRAGEM ECLUSA DE BOM RETIRO DO SUL

  O pequeno municipio de Bom Retiro do Sul, localizado às margens do Rio Taquari e distante 110 km da capital Porto Alegre, tem como seu principal ponto turístico e atrativo a Barragem Eclusa de Bom Retiro, concluída em meados dos anos 70.


Um pouco de história:

A Barragem Eclusa de Bom Retiro do Sul é um dos principais pontos turísticos da Região do Vale do Taquari. 
Sua construção iniciou-se em 1958 até 1962, ficando paralizada durante oito anos, reiniciando-se em 1970 e teve sua conclusão em novembro de 1976. Trabalharam nas obras de construção cerca de oitocentas pessoas entre técnicos e operários. 
Possui 230 metros de comprimentos, na largura do rio, constituindo-se de seis vãos entre os quais as comportas-vagão duplas de 17 metros de largura por 10 metros de altura. 
A Camara Eclusa possui 120 metros de comprimento por 17 metros de largura e profundidade de 16 metros, permitindo a passagem de embarcações com até 3,20 metros de calado. 
Também, foi construída a escada do peixe (escada d`água) destinada a preservar o ciclo biológico dos peixes durante a piracema. 
Diariamente, diversas embarcações efetuam o processo de descida ou subida da eclusa transportando os mais variados tipos de produtos agrícolas ou industriais da região, alem de areia e produtos que são trazidos para o vale. 
A Barragem Eclusa de Bom Retiro do Sul permite a ligação hidroviária desde o porto rodo-hidro-ferroviário de Estrela até os portos de Porto Alegre e Rio Grande, entre outros.

fonte: http://www.bomretirodosul.rs.gov.br/


  Junto à barragem, às margens do Rio Taquari, um extenso e bem cuidado gramado convida o visitante ao descanso e a curtir calmamente a paisagem. Nas tardes de sol, a Barragem de Bom Retiro é ponto de encontro dos moradores da cidade e região.
  

  A barragem também proporciona ótima imagens, principalmente com a luz de final de tarde.




segunda-feira, 29 de abril de 2013

"POR AI" 8 - SITIO ÁGUA DA RAINHA, SÃO CHICO DE PAULA

  Uma opção muito legal para quem procura um lugar para passar o final de semana com muita tranquilidade e silencio, em meio ao verde, rodeado de natureza por todos os lados, longe do agito e barulho da cidade:

www.sitioaguadarainha.com.br


  O Sitio Agua da Rainha fica a apenas 5 km do Lago São Bernardo em São Francisco de Paula. As acomodações são em cabanas muito bacanas, confortáveis e completas, todas com lareira, varanda e vista para o vale.

  As cabanas de número 1 a 4 são mais antigas e menores, mas super agradaveis e bem afastadas, garantindo a privacidade e total conforto de seus hóspedes. Na minha opinião são as mais legais.

  O chalé 5 / 6 fica no alto de uma colina e é "conjugado", sendo ideal para quem vai de turma ou em duas familias, e pode aproveitar o espaço oferecido pela opção de comunicação entre os chalés.


  As cabanas 6, 7 e 8 são mais novas.



  Independente da escolha de acomodação, é um lugar para levar nada mais que uma boa companhia, roupas confortáveis para caminhar, o "kit chimarrão", e se preparar para passar um final de semana de muita tranquilidade e descansar bastante.



quarta-feira, 10 de abril de 2013

“ROTA DOS PASSOS”, SÃO CHICO DE PAULA, MARÇO DE 2013


  O feriado da sexta feira da paixão, dia 29 de Março, prometia tempo bom, céu claro, muito sol e temperaturas amenas segundo todas as previsões.  Com uma perspectiva destas não poderia deixar passar o dia em branco e mais uma vez fui para a estrada curtir as paisagens da região dos Campos de Cima da Serra.

  A escolha do dia foi percorrer mais uma vez a “Rota dos Passos” entre os municípios de São Francisco de Paula e Jaquirana, já na região dos Campos de Cima da Serra, visitando o Passo da Ilha e o Passo do S.
O Passo da Ilha já foi tema de outro post aqui no blog, onde há maiores informações sobre o local:


  Saímos bem cedo de casa e seguimos direto para a cidade de São Francisco de Paula. Como viajamos sempre sem pressa, de São Chico em diante optei por seguir por estradinhas de terra, curtindo ao máximo as paisagens da região, evitando trânsito e adicionando uma pitada de aventura ao passeio.

  Assim, seguimos pela RS-110 em direção à RS-453 - Rota do Sol - num trecho de 35 km de estrada de terra, em razoáveis condições e belíssima paisagem.
Após o entroncamento com a Rota do Sol a RS-110 é asfaltada, e segui por ela na direção de Bom Jesus por mais 16 km até o acesso ao Passo do S, nosso primeiro destino do dia.

  O Passo do S fica distante 7 km do asfalto da RS-110. O acesso é feito por uma estradinha de terra estreita e com bastante pedra e buracos, mas que com alguma paciência pode ser vencida mesmo por automóveis de passeio normais. 


  Os plátanos começando a amarelar as folhas junto à margem da estradinha chamam a atenção. Daqui a algumas semanas, em pleno outono, estarão com suas folhas completamente amareladas adquirindo cores saturadas, típicas dos meses que antecedem a estação do frio nos Campos de Cima da Serra.

  Chegando ao Passo do S, encostamos o carro à sombra e fomos caminhar um pouco.

  O Passo do S é um ponto de travessia do Rio Tainhas, onde se percorre um trecho em formato de “S” dentro d’água (daí o nome do local) aproveitando as lajes do leito do rio. Não há ponte, a estrada cruza o rio e a única opção para quem quer seguir em frente é molhar as rodas do carro. 


  A travessia é bastante segura e tranquila desde que se siga as balizas de sinalização que demarcam o caminho. Mesmo carros de passeio conseguem cruzar o rio numa boa, desde que o rio esteja com seu nível normal de água.


Neste link mais algumas informações sobre o Passo do S:

  A área do Passo do S foi incorporada ao recentemente criado Parque Estadual do Tainhas, e sendo área de preservação ambiental, foram proibidos os acampamentos na área do parque (que não é bem demarcada no entanto).  Existe alguma fiscalização esporádica da Patrulha Ambiental, portanto não vale a pena arriscar. Quem estiver em busca de local para acampar, tem no Passo da Ilha ali perto uma ótima opção.

  Além do “passo” em si, outra atração do local é a Cachoeira do Passo do S. 


  Basta seguir a margem do rio por uns 200m cruzando o campo e estamos junto à base da cachoeira de onde temos ótimos locais para fotografar e apreciar a paisagem.


  Após uma breve caminhada junto à cachoeira, é hora de cruzar o rio Tainhas. Travessia aliás tranquila e divertida, sem sustos ainda mais quando se está num veiculo mais alto, e pronto, estamos na outra margem do Rio Tainhas.


  Daí é só seguir em frente pela estradinha estreita e esburacada para chegar ao Passo da Ilha, distante 10 km dali. No caminho entre os dois passos existem algumas bifurcações sem sinalização e como nem sempre se segue pela “estrada principal”, para quem não conhece a região ou não está com GPS fica bem fácil perder o caminho certo. Afora isso, existem quatro porteiras no caminho que estarão normalmente fechadas. O visitante deve abri-las, passar com o carro e sempre fechar cada uma delas.

  Para chegar ao Passo da Ilha também é necessário cruzar de carro um trecho do Rio Tainhas, mas novamente a “travessia” é tranquila mesmo para veículos de passeio normais.


  Aqui o visitante tem a disposição uma área de camping razoavelmente bem estruturada, com churrasqueiras, banheiros, pontos de energia elétrica e um pequeno “mercadinho”. Uma dica valiosa é levar para casa um dos ótimos queijos coloniais a venda no mercadinho do camping.


  Finalmente, o principal de uma visita ao Passo da Ilha: as paisagens, o extenso lajeado, as pequenas quedas d’água, a água limpa e gelada do Rio Tainhas.


  Cenários para belas fotografias não faltam.



  A curicaca, ave símbolo da região dos Campos de Cima da Serra, sempre presente.


  Uma boa pedida é cruzar o rio Tainhas caminhando sobre as lajes e subir o pequeno morro na margem oposta ao camping, de onde é possível ter uma vista completa do Passo da Ilha.



  Após uma demorada caminhada, dezenas de fotos e algum tempo sentado apenas curtindo a natureza e a paisagem, deixamos o Passo da Ilha em direção à RS-453 – Rota do Sol – e depois RS-020 de volta à cidade de São Francisco de Paula, cobrindo uma distância de 68 km.

  Como de hábito, no entroncamento da Rota do Sol com a RS-020 fizemos uma parada no Café Tainhas para o tradicional pastel de queijo serrano e café com leite, para então encarar a descida da serra e o restante da viagem até a região metropolitana de Porto Alegre, onde chegamos já no comecinho da noite.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 8º DIA : DE VOLTA PARA CASA


  Chegamos a nosso último dia de viagem. Após o café da manhã no hotel, fomos fazer uma “caminhada de  compras” nas free-shops da Avenida Sarandi em Rivera. Por ser domingo, muitas lojas estavam fechadas.             
  Nas free-shops abertas, pouco movimento. Compramos algumas garrafas de vinho, doce de leite, alfajores e mais algumas “lembrancinhas” uruguaias.

 Voltamos ao hotel, fechamos as malas e caímos na estrada em torno das 12:00h. De volta às estradas brasileiras, encontramos mais trânsito, limites de velocidade ridiculamente baixos em alguns pontos da estrada, "pardais", enfim, de volta às coisas da nossa “terrinha”.

  Neste ritmo, chegamos a região metropolitana de Porto Alegre em torno das 18:30h. Estávamos em casa, 2.400 km rodados depois. Agradecemos, felizes, pelo sucesso da nossa viagem de férias, e por retornarmos em segurança para casa.

VIAJAR É ÓTIMO, VOLTAR PARA CASA SÃO E SALVO É FUNDAMENTAL.

Impressões Finais:

  Nossa viagem de férias pelo Uruguai foi perfeita. Exatamente tudo aconteceu conforme o planejado, nosso tempo era curto e as atrações a visitar muitas, daí a importância fundamental de um adequado planejamento do que ver, quanto tempo ficar em cada cidade, quanto tempo levar nos deslocamentos entre cidades etc. Com exceção das cidades de fronteira, Chuy e Rivera, tínhamos reservas em todos os pontos de pernoite previstos, o que foi ótimo pois nos poupou um tempo precioso ao chegar a cada nova cidade. Não tínhamos de procurar por hotéis, pesquisar preços etc. Tudo foi feito com antecedência, tornando tudo mais tranquilo e ágil.


  Nosso vizinho Uruguai é um destino de férias excelente para quem gosta de viajar de carro. As estradas são boas, em geral muito bem conservadas e com baixíssimo movimento. A viagem é sempre tranquila.
O combustível é bem mais caro. Pagamos 37 pesos por litro de gasolina em Montevideo, algo como R$ 4,10. Abastecemos ainda em Colonia, a valores por litro semelhantes.

  O policiamento nas estradas é bem escasso, não existem “pardais”. Passamos por algumas viaturas da Policia Rodoviária somente na região do entorno de Montevideo e na estrada entre Punta del Este e a capital. Em uma destas oportunidades, estavam com radar móvel controlando a velocidade no trecho da estrada que era de ótimos 110 km/h.
  Mesmo percebendo que éramos brasileiros, em nenhuma oportunidade fomos parados pela Policia Rodoviária na estrada, e o tratamento nas aduanas, especialmente na do Chuy, foi bem atencioso e amistoso.

  O Uruguai também se mostrou um lugar bastante seguro, inclusive a capital Montevideo. No centro é possível estacionar o carro à noite nas avenidas principais para jantar sem problemas. A capital também é muito tranquila para se caminhar durante o dia mesmo nas ruas centrais.
  Nosso única experiência negativa neste sentido em toda a viagem foi ao estacionar o carro próximo ao Mercado del Puerto, onde fomos agressivamente extorquidos por um mau educado e agressivo “flanelinha” que nos exigiu uns pesos para podermos deixar o carro ali na vaga que ele “cuidava”, nos alertando de que “existiam muitos malandros ali que poderiam arranhar o carro ou quebrar um vidro”. Enfim........cidade grande é isso, ainda mais em área turística.

  Gostamos muito de Cabo Polonio, a atração mais bacana de toda viagem. Conhecer Colonia também valeu muito a pena e poderíamos ter ficado lá mais um dia para curtir um pouco mais e com mais calma.
  La Paloma foi uma surpresa extremamente grata. Ficamos com muita vontade de passar mais tempo lá.
 Punta del Este nos pareceu bonita mas agitada demais, enfim, é para quem busca movimento e agito mesmo.
 Não achamos muita graça na badalada Punta del Diablo, agitada, bagunçadinha e com um “clima” meio estranho no ar ......é lugar para badalar, destinado a gente alternativa, sem dúvida.
 Por fim, a capital Montevideo. Cidade extremamente agradável, tranquila e interessante. Dois dias na cidade, bem aproveitados, são suficientes para conhecer quase tudo que vale a pena ser conhecido. Um terceiro dia seria interessante para descansar e aproveitar sem pressa o que a cidade tem de melhor.

  O Uruguai nos deixou uma impressão geral muito boa, é um roteiro de viagem extremamente interessante e viável, relativamente próximo de quem está no Rio Grande do Sul. Existe muito mais no país do que os tradicionais destinos Montevideo e Punta del Este, e é este lado menos conhecido do Uruguai o que mais gostamos.

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 7º DIA : RIVERA


  Dia de iniciarmos a viagem de volta para casa. E o dia começou em clima de “final de festa”, nublado, friozinho, ventando bastante e garoando vez em quando. Com este quadro, não tivemos pressa de sair do quarto. Tomamos o café calmamente, arrumamos as malas e fechamos a conta da pousada.



  Como ainda era relativamente cedo e tínhamos algum tempo antes de encarar a estrada de volta à fronteira, preparamos um chimarrão, aproveitamos que a garoa cessou e fizemos um último passeio pelas ruas ainda quase desertas de Colônia.





  Nos despedimos do Rio de la Plata, visitamos o farol, fizemos mais algumas fotos e em torno do meio dia abastecemos o carro e pegamos a estrada.


  Decidimos alterar nossa rota original para casa, cruzando pelo interior do país em direção a Rivera, ao invés de retornarmos pelo litoral em direção a Chuy como inicialmente previsto. O objetivo principal desta mudança de planos era conhecer uma outra face do Uruguai, o interior do país, distante do litoral e das atrações turísticas.

  Por este caminho, cruzamos as cidades de Trinidad, Durazno, Paso del Toro e Tacuarembó até atingirmos a fronteira com o RS na cidade uruguaia de Rivera, num total de aproximadamente 520 km de estradas retas, planas, com pouquíssimo trânsito e somente um pedágio já na Ruta 5.
  A paisagem é um tanto monótona, campos e mais campos, pouquíssimas cidades, e esporadicamente alguns “pueblos” bem pequenos e isolados.

  Vimos um Uruguai diferente do que tínhamos visto até ali, percorrendo a região litorânea e a capital Montevideo. Muitas fazendas de criação de gado e ovelha, pouquíssimas áreas cultivadas, enfim, ali o visitante entra em contato com um Uruguai essencialmente rural, escassamente industrializado, pouco urbanizado e povoado.
  As áreas de terra não ocupadas são imensas, as aglomerações urbanas pequenas. Frequentemente andamos várias dezenas de quilômetros na estrada sem cruzarmos com nenhum outro veiculo.

  Volta e meia, velhos caminhões e pick-ups dos anos 50 e 60 aparecem na estrada, invariavelmente em péssimo estado de conservação, mas mesmo assim ainda “na ativa”, rodando devagar, sem pressa, cumprindo suas funções de transporte de pessoas e cargas. Esta foi a imagem que tivemos do Uruguai distante das áreas mais “badaladas” do litoral e capital.

  Chegamos a Rivera pouco antes das 18:00 h e logo procuramos o posto da Imigração para devolver os formulários de controle de entrada no país que havíamos preenchido no Chuy.
O fiscal do posto nem se deu ao trabalho de verificar os papéis que lhe entreguei. Achei o Posto de Imigração em Rivera bastante mau cuidado e mau atendido. Diferentemente do Chuy, ele não está localizado na estrada, mas sim dentro da cidade de Rivera, numa rua de acesso ao centro da cidade, uma localização que dá um pouco de trabalho para encontrar apesar das (poucas) placas indicativas.
Há uma área de estacionamento para os “turistas” deixarem o carro, terreno livre para a ação de “flanelinhas” sempre dispostos a “cuidar do carro” em troca de algumas moedas. O ambiente no geral não nos agradou.

  Trâmites burocráticos de saída do Uruguai resolvidos, fomos procurar um bom hotel para pernoitarmos. Acabamos ficando no Hotel Portal, no lado brasileiro da cidade, ou seja já em Santana do Livramento. Bom hotel, meio antigo mas suficientemente confortável, a preço justo.
  Da mesma forma que no Chuy, em Santana do Livramento / Rivera não existe uma “fronteira natural” a dividir o Brasil do Uruguai. Na prática é uma única cidade, e a divisa é feita por uma avenida onde de um lado é Rio Grande do Sul, do outro Uruguai.

  Cidades de fronteira costumam não ter maiores atrativos em termos turísticos e Rivera / Livramento não é diferente. Assim, aproveitamos o ar condicionado do hotel até a hora do jantar, descemos, escolhemos um restaurante que nos pareceu razoável e após uma pizza simples mas saborosa voltamos para o hotel para encerrarmos nosso dia.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 6º DIA: COLONIA DEL SACRAMENTO


  Chegamos a nosso sexto dia “na estrada”. Nosso plano para o dia previa conhecer e curtir mais um pouco de Montevideo, e no início da tarde deixarmos a capital uruguaia em direção a Colonia del Sacramento.

  Acordamos um pouquinho mais tarde do que de costume, fizemos nosso tradicional café da manhã reforçado, fechamos a conta no Ibis e fomos nos despedir do Rio de la Plata e da rambla.
  Gastamos um tempinho curtindo um último chimarrão na capital uruguaia e na sequencia pegamos o carro e rumamos para a região central em direção ao Estádio Centenário.

  O Centenário fica na continuidade da Av. 18 de Julho, não tem erro. Ao chegar no final da avenida basta contornar um extenso e bem cuidado parque e pronto, estamos ao lado do Estádio Centenário.


  A visita ao interior do estádio e ao museu do futebol é paga, 100 pesos, algo como 10 reais, por pessoa. Não é caro e vale MUITO A PENA, mesmo para quem não curte futebol.


  O Estádio Centenário foi o palco da primeira Copa do Mundo de Futebol, disputada em 1930. É até hoje a “casa” da seleção uruguaia de futebol, e mesmo não sendo um estádio moderno, nos moldes das “arenas” tão em moda, guarda seu encanto e charme principalmente em função de seu passado histórico.


  Quem chega ao Centenário logo de cara acessa a área do “Museo del Futebol”, são dois pavimentos onde o visitante conhece bastante da história da construção do estádio, da vida e carreira dos grandes craques uruguaios, vê os troféus das grandes conquistas da seleção local, entre eles a Copa do Mundo de 1950 conquistada em cima da Seleção Brasileira em pleno Maracanã.

"Pôster" do Campeonato Mundial de 1950, no Brasil, onde o Uruguai derrotou o Brasil na final em pleno Maracanã.


Camisetas utilizadas pela Seleção Brasileira na Copa de 1958, sendo a da direita a do Rei Pelé.



Camisetas de Diego Forlán, melhor jogador do Campeonato Mundial de 2010.



  Após a visita à área do museu, é hora de acessar as tribunas e arquibancadas e conhecer o palco de memoráveis partidas de futebol, o surrado gramado do Estádio Centenário.



  O Estádio Centenário era nossa ultima parada na cidade de Montevideo, e após a ótima visita, em torno de 13:30 h seguimos em direção à saída da cidade onde pegamos a “Ruta 1” que nos levaria a Colonia de Sacramento, distante 185 km.

  O caminho entre Montevideo e Colonia, como em quase todo Uruguai, é bastante tranquilo e com pouquíssimo transito. A viagem rende, e sempre dirigindo dentro dos limites de velocidade permitidos, rapidamente vencemos os pouco mais de 180 km e chegamos ao ponto extremo, mais distante, de nossa viagem.
  Dali, de Colonia, iniciaríamos nossa “volta para casa”. Ainda tínhamos bastante coisa para ver e conhecer mas já começávamos a sentir aquele gostinho de “tá chegando a hora de ir embora”, e a saudade dos dias maravilhosos de férias já começava a bater.

  Chegamos a Colonia em torno das 16:00 h. A cidade é bastante pequena e não tivemos nenhuma dificuldade em encontrar o Centro Histórico e a pousada onde havíamos reservado, Posada del Rio, uma pousadinha bastante simples mas com quartos bem equipados e suficientemente confortáveis.


  Rapidamente fomos atendidos pela pouco simpática atendente, fizemos o check-in, descarregamos o carro, descansamos um pouco e ainda aproveitamos que tínhamos bastante tempo antes do anoitecer para caminhar e conhecer a cidade, ou melhor, conhecer o Centro Histórico que é o que realmente interessa em termos turísticos.


  Colonia del Sacramento foi fundada pela Coroa Portuguesa com objetivo de demarcar posses na margem esquerda do Rio da Prata, fazendo frente ao domínio espanhol na margem oposta onde foi estabelecida a cidade de Buenos Aires, e somente mais tarde Colonia del Sacramento viria a ser tomada definitivamente pelos espanhóis. Em função disto, a arquitetura do centro histórico de Colonia é única dentro do contexto do Uruguai, justamente por esta influencia portuguesa.

Para quem tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre o Colonia del Sacramento e suas origens históricas, este link traz informações interessantes:  http://whc.unesco.org/en/list/747

  Colonia tem um “clima” , um charme especial e absolutamente encantador. As estreitas ruas em calçamento irregular, as construções antigas, o farol, as ruínas do forte, os carros antigos estacionados junto á calçada, a orla do Rio da Prata, tudo contribui para compor um clima único.


Este Citroën TA acabou virando um inspirado "vaso de flores".



Mapa do estuário do Rio da Prata sobre azulejos.


Ao fundo a Basilica del Santisimo Sacramento.


  Gostamos “de cara” de Colonia. A cidade é muito calma e gostosa de caminhar. Muitos turistas pelas ruas, gente fotografando o tempo todo, a gente mal percebe o tempo passar, e como ele passa rápido !

A famosa Calle de los Suspiros.


As ruas do centro antigo são identificadas por estas belíssimas placas em azulejo.


Este também parecia fazer parte da decoração, mas estava em condições de rodar normalmente.



  Após a rápida “caminhada de reconhecimento” voltamos à pousada para um rápido descanso, banho, preparamos o tradicional chimarrão de final de tarde e voltamos para a rua, para curtirmos mais um maravilhoso pôr do sol à beira do Rio da Prata. Impressionante como nossa viagem foi uma sucessão de fins de tarde impares, únicos.


O farol de Colonia del Sacramento no final de tarde.


O Buquebus que faz a ligação de Colonia com Buenos Aires na margem oposta do Rio da Prata.



Representação do mapa de Colonia del Sacramento em 1762.


O pôr do sol sobre o Rio da Prata, sempre com cores mágicas !



No horizonte o Buquebus rumo a Buenos Aires.



Espetáculo diário chegando ao seu ato final.


  Colonia del Sacramento definitivamente se transforma após o pôr do sol. O movimento nas ruas aumenta, os turistas saem dos numerosos hotéis e pousadas e tomam as ruas, bares e restaurantes. O movimento de verdade acontece após o inicio da noite.


  A luz amarelada das lamparinas que iluminam as ruas dão um ar absolutamente único, diferente, nostálgico e encantador a Colonia. Tudo se reveste de um colorido diferente, muito bonito, e a gente tem vontade de ficar caminhando pelas estreitas ruas, de um lado para outro.


A luz vermelha piscante do farol é apenas mais um elemento a compor o cenário.



  Escolhemos para nossa ultima janta em território uruguaio o restaurante “Lo de Renata” localizado na avenida principal do centro antigo, Av General Flores.


  A escolha foi excelente, pedimos uma parillada tradicional, que estava deliciosa, e curtimos muito nossa janta. Apenas para variar, fechamos a janta com sorvete de dulce de leche, caminhamos mais um pouco curtindo a noite de Colonia e finalmente próximo às 24:00 h retornamos à pousada para encerrarmos nosso dia.
 Amanhã, começaremos nossa viagem de volta para casa.