No sábado dia 04 Jun aproveitei o frio e o dia ensolarado para pegar a estrada e fazer um roteiro pela serra ligando a região do Vale do Sinos a partir de Novo Hamburgo a Caxias do Sul, via BR-116.
Minha primeira parada foi na cidade de Ivoti, pequeno municipio de colonização alemã na subida da serra, e que conserva bonitos exemplares de arquitetura tipica da fase de colonização.
Ainda na região urbana de Ivoti visitei a antiga Igreja Matriz de São Pedro, ou melhor as ruínas da igreja, incendiada em 1986.
Breve Historico:
A igreja de São Pedro Apóstolo, que hoje conhecemos como Antiga Igreja Matriz ou Igreja Velha foi construída a partir de 1869.
Em novembro de 1924, a igreja incendiou. Conta-se que foi devido a alguns meninos que quiseram ir ver os ninhos dos pássaros no alto da torre à noite, sendo que levaram consigo um lampião. O fogo do lampião teria incendiado a palha dos ninhos, provocando o incêndio acidentalmente. Após esse incêndio somente a sacristia se salvou.
Naquele mesmo ano, iniciou-se a reconstrução da igreja que, com as reformas feitas em 1944, tomou a forma atual. Em 1945 sua parte interna foi decorada. Em 1969, foi construída a igreja nova e a antiga igreja passou a ser usada como sala de reuniões, catequese e outras atividades.
A última missa realizada nesta igreja foi em 1973, pois em 1970 foram concluídas as obras do novo templo.
No ano de 1986, a igreja foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, pelo IPHAE. No mesmo ano, novamente o fogo destruiu a igreja velha, que não mais foi reconstruída, suas janelas quebraram e seu telhado desabou. Não se sabe o que exatamente causou esse segundo incêndio. Em 2004, o telhado foi refeito, por meio de recursos do Ministério da Cultura.
Fonte: Site da Prefeitura de Ivoti - http://www.ivoti.rs.gov.br/pontos-turisticos
Após a rápida visita a igreja, fui conhecer a Rota Colonial do Teufelsloch ou “Buraco do Diabo”, onde as atrações são a Ponte do Imperador e o núcleo de casas em estilo enxaimel.
A ponte do Imperador foi construída entre 1857 e 1864 com o objetivo de facilitar o escoamento da produção das colônias da região e o deslocamento em direção ao Vale dos Sinos, cruzando o Arroio Feitoria.
Já o Núcleo de Casas Enxaimel tem como atração diversas edificações construídas na legitima técnica enxaimel, ou seja estrutura em madeira aparente encaixada sem uso de pregos e paredes em barro amassado ou alvenaria.
As construções se encontram a maioria restauradas ou em fase de restauro e abrigam atualmente atrações que vão desde a tradicional loja de artesanato a cafés e pontos de venda de produtos coloniais.
Deixando Ivoti para trás e seguindo adiante pela RS-815 em direção a Picada Café cruzamos o pequeno município de Presidente Lucena.
Este caminho alternativo encurta a distancia entre Novo Hamburgo e Nova Petrópolis em torno de 10 km, além de ser todo percorrido em asfalto novo de ótima conservação e pouco transito, enfim, uma excelente opção para quem está disposto e variar o caminho e fugir da BR116.
Os sempre presentes plátanos são uma atração a parte, com suas cores intensas de fim de outono.
No caminho, a margem da estrada passamos por algumas construções bem antigas.
Retornamos à BR-116 na localidade de Picada Café, para então seguir rumo norte em direção ao distrito de Galópolis, localizado a 10 km de Caxias do Sul.
O distrito de Galópolis foi sede de um importante lanifício implantado no inicio do século XX e teve seu crescimento e vida estreitamente ligados ao crescimento e funcionamento da fabrica. Sua maior atração é a “vila operaria”, um núcleo de casas construídas na quadra em torno da igreja da localidade, e que foram destinadas a moradia dos funcionários especializados do lanifício.
Breve Histórico:
Inicialmente, a localidade atualmente conhecida por Galopolis era habitada por alguns colonos que viviam da plantação e da criação de animais. Devido à situação geográfica, a nomenclatura inicial do bairro era Vale del Profondo.
Depois, recebeu denominações como Cascata da Quarta Légua, Desvio do Morro e Le Machine, este último em função da chegada, em 1891, de imigrantes operários vindos de Schio, na Itália. Em 1898, eles fundaram um pequeno lanifício, que seria adquirido, em 1904, por Hércules Galló, que o reorganizou. Em 1911, o empresário firmou sociedade com os irmãos Chaves.
Galló foi bem-sucedido na gerência do lanifício, trazendo prosperidade à localidade que deixou de se chamar Vale del Profondo e passou a ser conhecida como Galópolis, em homenagem ao empreendedor. A abertura da empresa atraiu a população e foi preciso criar uma área para as pessoas se fixarem nas proximidades.
Começou a surgir a Vila Operária, série de casas inicialmente de madeira, posteriormente em alvenaria, construídas em estilo inglês. No local, havia igreja, escola, armazém, cooperativa e associação beneficente.
Uma breve caminhada em torno da praça central rende belas imagens da vila operaria e suas peculiares casas que lembram uma vila inglesa do inicio do sec.XX.
O frio do fim da tarde de outono, a fumaça dos fogões a lenha e a arquitetura das casas nos remetem a cenas do passado, e por um instante quase que podemos imaginar estarmos numa cidadezinha operaria em algum lugar da Europa, em algum ponto do passado. Enfim, passeio altamente recomendavel para quem curte arquitetura, historia e bonitas paisagens. Tudo isso a pouco mais de 100 km de Porto Alegre.
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