Nosso segundo dia de viagem começou cercado de
expectativa, afinal de certa forma nossa viagem “de verdade” começava agora.
Estávamos prontos para finalmente cruzar a fronteira e entrarmos no território
uruguaio.
O câmbio não estava muito
favorável e conseguimos trocar à taxa de 1 Real por 9 Pesos. No restante de
nossa viagem, mesmo na capital Montevideo, não vimos cotação para câmbio mais
vantajosa, de modo que para quem entra no Uruguai via Chui, o mais indicado é
trocar moeda ali mesmo.
Finalmente entramos no Uruguai
! Poucos quilômetros após o pórtico de
“Bem Vindos ao Uruguai” chegamos ao passo de fronteira, onde está localizado o
posto de controle de imigração.
No dia que passamos por ali não
havia quase nenhum movimento, fomos prontamente atendidos, preenchemos um
formulário com as informações pessoais básicas de cada pessoa do veiculo,
apresentamos a documentação necessária (RG, Carteira de Habilitação, Documento
do Veiculo, Carta Verde) e fomos rapidamente liberados. Não foi feito nenhum
tipo de revista no carro ou bagagem, e questionados sobre a necessidade de
declarar pertences pessoais como câmeras fotográficas, GPS etc, o policial se
limitou a responder um “no és necessário, tenga una buena viaje”.
Trâmites burocráticos feitos,
eram pouco mais de 9:00 h da manhã quando finalmente seguimos viagem pela Ruta
9.
Poucos quilômetros adiante uma
engraçada curiosidade..........a estrada repentinamente se alarga e placas
indicam que a estrada pode ser utilizada como “pista de pouso de emergência”
para AVIÕES !!!!!!!!!!!!!!!
Ao menos durante nossa passagem
não fomos surpreendidos com nenhum Boeing 747 taxiando na estrada e seguimos em
frente nossa viagem.
Aproximadamente 25 km adiante da
fronteira deixamos a Ruta 9 para conhecermos a praia de La Coronilla.
La Coronilla é um balneário
pequeno e extremamente tranquilo, de águas agitadas e faixa estreita de areia.
Tiramos algumas fotos, fizemos uma rápida caminhada e retornamos em direção à
Ruta 9, afinal a programação do dia era extensa e tínhamos muita coisa para ver
pela frente.
Mais uns 20 km adiante pela Ruta
9, e pouco após as 10:00 h, chegamos à primeira entrada do Parque Nacional de Santa
Tereza, entrada esta que dá acesso à Fortaleza de Santa Tereza e à praia de La
Moça.
O parque é mantido pelo exército
uruguaio que não cobra para visitação e acesso , e possui uma fantástica
estrutura de campings, cabanas para locação, minimercados, restaurantes, sem
contar as diversas praias.
Extremamente bem cuidado e
organizado, o Parque de Santa Tereza merece sem sombra de dúvida uma visita
mais demorada. Diria que de carro é possível percorrer os principais pontos do
parque em algumas horas, mas se a idéia for conhecer mais de perto toda a área,
será necessário acampar e permanecer alguns dias.
A atração principal turística do parque é a Fortaleza de Santa Tereza.
Como era segunda feira, não foi
possível fazer visitação ao interior da fortaleza, que só ocorre de quartas a
domingos. Mesmo assim caminhamos bastante pelo exterior das muralhas do forte,
fizemos algumas boas fotos e seguimos em direção à praia de La Moça que é a
principal e mais movimentada praia de Santa Tereza.
Aproveitamos o astral descontraído
e tranquilo da praia para fazermos um bom chimarrão e descansar um pouco
apreciando a paisagem. Como junto à entrada da praia havia um restaurante bem
estruturado, fizemos ali mesmo nosso almoço, um muito bem servido e saboroso
“entrecot”. A carne, como é de costume no Uruguai, estava ótima. Os
acompanhamentos idem. O refrigerante de Pomelo também agradou.
Após o almoço percorremos de
carro as estradas internas do parque (todas asfaltadas e impecavelmente
mantidas), sempre admirados com o trabalho de conservação das áreas gramadas
junto às vias internas e o cuidado com a manutenção das áreas de camping.
Visitamos mais algumas praias no
interior do parque e seguimos em direção à Ruta 9, passando antes de deixarmos
o parque pela Intendência, onde fica a administração do complexo, oficinas,
enfermaria, mais um restaurante, e os jardins de inverno mais uma vez
impecavelmente mantidos. Fomos recebidos por um simpático soldado que nos
explicou as principais atrações e o trabalho de conservação com as plantas.
Finalmente deixamos a área do
Parque de Santa Tereza em torno de 15:30 h
e seguimos pela Ruta 9 em direção sul, até o acesso poucos quilômetros
adiante à badalada praia de Punta del Diablo.
Punta del Diablo é uma espécie de
“paraíso hippie” dos jovens uruguaios, e é frequentada basicamente por uma
galera de estilo muito “alternativo” de vida. Hippies e mochileiros por todos
os lados, muito movimento, ruelas de terra estreitas e desordenadas, pequenas
pousadas e restaurantes misturados a casas muito simples de pescadores e
habitantes locais, tudo num certo clima de “saudável desordem”, compõe o visual
de Punta del Diablo.
A praia em si não tem nada de
especial, e como não estávamos interessados em agito, fizemos uma breve
caminhada de reconhecimento pela praia, andamos até as pedras que formam a
“punta” sobre o mar, tiramos algumas fotos e seguimos em frente.
Seguimos dirigindo na direção sul
pela Ruta 9 até pouco antes da cidade de Castillos, onde se faz um desvio em
direção ao balneário de Aguas Dulces, para então finalmente seguir pela Ruta 10
até La Paloma, que seria nosso ponto de pernoite e “base de operações” nos
próximos dois dias. A distância entre Punta del
Diablo e La Paloma é de pouco mais de 100 km que foram percorridos em 1:30 h.
Chegando a La Paloma fomos
diretamente ao hotel que havíamos reservado para descarregar as malas e tomar
um banho. Ficamos no simpático hotel La Casona, localizado a duas quadras da
avenida principal de La Paloma e bem próximo ao centro e aos restaurantes do balneário.
Após um breve descanso no hotel,
saímos novamente para curtir o finalzinho do dia e fomos presenteados com um
maravilhoso pôr do sol junto ao farol de La Paloma, um espetáculo memorável que
felizmente iríamos presenciar diversas vezes mais até o fim de nossa viagem
pelo Uruguai.
Aproveitamos a noite calma e de
temperatura amena para caminharmos um pouco pela avenida principal do simpático
balneário de La Paloma e acabamos jantando saborosos “Chivitos” acompanhados de
Pilsen de 1 litro no restaurante La Ballena.
Após o jantar voltamos rapidamente ao hotel, onde
encerramos nosso primeiro dia em terras uruguaias. O dia havia sido extenso e
cheio de novidades, e o dia seguinte prometia.