Dentre as cidades serranas
gaúchas, uma de minhas preferidas é São Francisco de Paula, carinhosamente
chamada “São Chico” pelos seus habitantes e visitantes habituais.
Localizada a 112 km de Porto
Alegre com acesso pela RS-020 a partir do vale do Sinos e da cidade de Taquara,
São Chico tem uma população de 20.100 hab. (2010) e pode ser considerada a
“porta de entrada” da região dos Campos de Cima da Serra, pois é exatamente no
território de São Francisco de Paula onde a paisagem se alterna mudando das
escarpas e serras cobertas por resquícios da Mata Atlântica para os campos
limpos e capões típicos dos Campos de Cima da Serra.
No fim de semana do dia 18 Mar
mais uma vez subi a serra para “matar a saudade” de São Chico e suas atrações.
Para quem se dispõe a visitar a
cidade pela primeira vez ou busca mais informações sobre as atrações
turísticas, hotéis e restaurantes da cidade, uma ótima fonte de informação é o
site www.saochico.com.br
Na subida da serra pela RS-020,
após o município de Taquara, optei por um “desvio” para conhecer a região
colonial de Padilha, distrito de Taquara, caracterizado pelas inúmeras
estradinhas de terra cortando os vales e montanhas que antecedem São Francisco
de Paula e que marcam a transição entre o Vale do Paranhana e os Campos de Cima
da Serra.
Logo no inicio do trajeto, uma
atração que vale a pena conhecer é a Cascata Caloni ou “Cascata dos Italianos”,
a pouco mais de 3 km do asfalto da RS-020. O acesso é feito por uma
interminável e cansativa escadaria......mas no final vale a pena o esforço físico
quando se chega à base da cascata.
Chegando a São Chico,
providenciamos um ótimo almoço na Trattoria Pasta Nostra, casa de massas tradicional
na cidade e que recomendo veementemente a todo visitante.
Após o almoço encaramos os 16 km
de estradinha esburacada e estreita que separam o centro de São Chico da
Barragem do Blang, uma das inúmeras atrações turísticas da cidade (aqui por
atração turística entenda-se natureza, cascatas, paisagens de campo e mata,
nenhum paralelo com as “atrações comercias” oferecidas ao turista em Gramado por
exemplo).
A Barragem do Blang é operada
pela CORSAN e foi finalizada em 1958, tendo 17 m de altura, 720 m de comprimento e capacidade
de acumulação de 50.000.000 m³.
Faz parte do sistema SALTO de
geração de energia, estando interligada a mais dois reservatórios / barragens
localizadas próximas, que são as barragens da Divisa e do Salto.
A barragem e seu entorno
proporcionam belas imagens:
Voltando a São Chico rumamos
diretamente ao nosso hotel. Escolhi o tradicional hotel Cavalinho Branco com
seu prédio e instalações antigas, mas com dependências sempre limpas e bem cuidadas.
Obviamente existem hotéis mais luxuosos e confortáveis ali mesmo na cidade, mas
em termos de charme, é difícil algum outro suplantar o Cavalinho Branco que
brinda os hospedes com uma vista inigualável do Lago São Bernardo,
a atração turística mais conhecida de São Chico.
Ao cair da noite, uma
indispensável caminhada em torno do lago São Bernardo nos brinda com um gostoso
friozinho tipicamente serrano e belas imagens:
Na manhã seguinte, café da manhã,
chimarrão preparado, e a pedida é uma volta completa no entorno do Lago São
Bernardo, aproveitando a iluminação perfeita do sol da manhã para registrar
algumas imagens deste cantinho muito especial da serra gaúcha.
Para o almoço, escolhemos a
lancheria e café anexa à Livraria Miragem. A livraria em si já
mereceria um post só falando dela, não apenas pela diversidade e bom gosto das
obras disponíveis, mas pelo belíssimo prédio construído para abrigar a
livraria.
Sonho, ou projeto de vida, da
professora aposentada Luciana Olga Soares, a Livraria Miragem é uma das
atrações turísticas imperdíveis de São Chico e que precisa ser visitada com
calma e bastante tempo, para curtir cada estante, cada cantinho de suas
dependências.
O café anexo à livraria oferece
aos clientes uma diversidade de pratos, lanches, sucos e cafés baseados no
princípio da cozinha natural, sem produtos industrializados, refrigerantes, e
abrindo mão da carne animal. A pizza de tomates secos e servida sobre pão árabe
e o hamburger vegetariano são excelentes opções.
Após o almoço fomos visitar o
Parque das 8 Cachoeiras, com acesso a partir do Lago São Bernardo. Para chegar
ao parque o visitante encara um curto trajeto de pouco mais de 2 km por estrada
parcialmente pavimentada, mas de toda forma em ótimas condições de conservação.
O parque abriga além das
cachoeiras, a opção de hospedagem em ótimas e confortáveis cabanas, construídas
recentemente.
Aqui o grande atrativo é a vista
maravilhosa das cabanas construídas inteligentemente com suas varandas e decks
voltados para o vale.
Das oito cachoeiras existentes na
área do parque, apenas duas são acessíveis por caminhada curta e relativamente
rápida a partir da sede do parque. A Cachoeira do Remanso é a
primeira delas e a de acesso mais fácil.
Um pouco mais difícil e longa é a
caminhada até a Cachoeira Escondida, ainda assim de acesso fácil e seguro.
As demais cachoeiras, como avisam
as placas informativas ao longo das trilhas, requerem maior preparo físico,
disposição e principalmente tempo para serem visitadas.
De toda forma, é impossível
visitar toda a extensão e as atrações do parque em apenas um dia, portanto se a
idéia é se aventurar pelas extensas trilhas e conhecer todas as cachoeiras do
parque, ao menos dois dias devem ser reservados.
Feita a visita ao Parque das 8
Cachoeiras, encerramos nosso fim de semana em grande estilo, cansados mas de
alma lavada.