"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor."

Amyr Klink

domingo, 10 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 8º DIA : DE VOLTA PARA CASA


  Chegamos a nosso último dia de viagem. Após o café da manhã no hotel, fomos fazer uma “caminhada de  compras” nas free-shops da Avenida Sarandi em Rivera. Por ser domingo, muitas lojas estavam fechadas.             
  Nas free-shops abertas, pouco movimento. Compramos algumas garrafas de vinho, doce de leite, alfajores e mais algumas “lembrancinhas” uruguaias.

 Voltamos ao hotel, fechamos as malas e caímos na estrada em torno das 12:00h. De volta às estradas brasileiras, encontramos mais trânsito, limites de velocidade ridiculamente baixos em alguns pontos da estrada, "pardais", enfim, de volta às coisas da nossa “terrinha”.

  Neste ritmo, chegamos a região metropolitana de Porto Alegre em torno das 18:30h. Estávamos em casa, 2.400 km rodados depois. Agradecemos, felizes, pelo sucesso da nossa viagem de férias, e por retornarmos em segurança para casa.

VIAJAR É ÓTIMO, VOLTAR PARA CASA SÃO E SALVO É FUNDAMENTAL.

Impressões Finais:

  Nossa viagem de férias pelo Uruguai foi perfeita. Exatamente tudo aconteceu conforme o planejado, nosso tempo era curto e as atrações a visitar muitas, daí a importância fundamental de um adequado planejamento do que ver, quanto tempo ficar em cada cidade, quanto tempo levar nos deslocamentos entre cidades etc. Com exceção das cidades de fronteira, Chuy e Rivera, tínhamos reservas em todos os pontos de pernoite previstos, o que foi ótimo pois nos poupou um tempo precioso ao chegar a cada nova cidade. Não tínhamos de procurar por hotéis, pesquisar preços etc. Tudo foi feito com antecedência, tornando tudo mais tranquilo e ágil.


  Nosso vizinho Uruguai é um destino de férias excelente para quem gosta de viajar de carro. As estradas são boas, em geral muito bem conservadas e com baixíssimo movimento. A viagem é sempre tranquila.
O combustível é bem mais caro. Pagamos 37 pesos por litro de gasolina em Montevideo, algo como R$ 4,10. Abastecemos ainda em Colonia, a valores por litro semelhantes.

  O policiamento nas estradas é bem escasso, não existem “pardais”. Passamos por algumas viaturas da Policia Rodoviária somente na região do entorno de Montevideo e na estrada entre Punta del Este e a capital. Em uma destas oportunidades, estavam com radar móvel controlando a velocidade no trecho da estrada que era de ótimos 110 km/h.
  Mesmo percebendo que éramos brasileiros, em nenhuma oportunidade fomos parados pela Policia Rodoviária na estrada, e o tratamento nas aduanas, especialmente na do Chuy, foi bem atencioso e amistoso.

  O Uruguai também se mostrou um lugar bastante seguro, inclusive a capital Montevideo. No centro é possível estacionar o carro à noite nas avenidas principais para jantar sem problemas. A capital também é muito tranquila para se caminhar durante o dia mesmo nas ruas centrais.
  Nosso única experiência negativa neste sentido em toda a viagem foi ao estacionar o carro próximo ao Mercado del Puerto, onde fomos agressivamente extorquidos por um mau educado e agressivo “flanelinha” que nos exigiu uns pesos para podermos deixar o carro ali na vaga que ele “cuidava”, nos alertando de que “existiam muitos malandros ali que poderiam arranhar o carro ou quebrar um vidro”. Enfim........cidade grande é isso, ainda mais em área turística.

  Gostamos muito de Cabo Polonio, a atração mais bacana de toda viagem. Conhecer Colonia também valeu muito a pena e poderíamos ter ficado lá mais um dia para curtir um pouco mais e com mais calma.
  La Paloma foi uma surpresa extremamente grata. Ficamos com muita vontade de passar mais tempo lá.
 Punta del Este nos pareceu bonita mas agitada demais, enfim, é para quem busca movimento e agito mesmo.
 Não achamos muita graça na badalada Punta del Diablo, agitada, bagunçadinha e com um “clima” meio estranho no ar ......é lugar para badalar, destinado a gente alternativa, sem dúvida.
 Por fim, a capital Montevideo. Cidade extremamente agradável, tranquila e interessante. Dois dias na cidade, bem aproveitados, são suficientes para conhecer quase tudo que vale a pena ser conhecido. Um terceiro dia seria interessante para descansar e aproveitar sem pressa o que a cidade tem de melhor.

  O Uruguai nos deixou uma impressão geral muito boa, é um roteiro de viagem extremamente interessante e viável, relativamente próximo de quem está no Rio Grande do Sul. Existe muito mais no país do que os tradicionais destinos Montevideo e Punta del Este, e é este lado menos conhecido do Uruguai o que mais gostamos.

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 7º DIA : RIVERA


  Dia de iniciarmos a viagem de volta para casa. E o dia começou em clima de “final de festa”, nublado, friozinho, ventando bastante e garoando vez em quando. Com este quadro, não tivemos pressa de sair do quarto. Tomamos o café calmamente, arrumamos as malas e fechamos a conta da pousada.



  Como ainda era relativamente cedo e tínhamos algum tempo antes de encarar a estrada de volta à fronteira, preparamos um chimarrão, aproveitamos que a garoa cessou e fizemos um último passeio pelas ruas ainda quase desertas de Colônia.





  Nos despedimos do Rio de la Plata, visitamos o farol, fizemos mais algumas fotos e em torno do meio dia abastecemos o carro e pegamos a estrada.


  Decidimos alterar nossa rota original para casa, cruzando pelo interior do país em direção a Rivera, ao invés de retornarmos pelo litoral em direção a Chuy como inicialmente previsto. O objetivo principal desta mudança de planos era conhecer uma outra face do Uruguai, o interior do país, distante do litoral e das atrações turísticas.

  Por este caminho, cruzamos as cidades de Trinidad, Durazno, Paso del Toro e Tacuarembó até atingirmos a fronteira com o RS na cidade uruguaia de Rivera, num total de aproximadamente 520 km de estradas retas, planas, com pouquíssimo trânsito e somente um pedágio já na Ruta 5.
  A paisagem é um tanto monótona, campos e mais campos, pouquíssimas cidades, e esporadicamente alguns “pueblos” bem pequenos e isolados.

  Vimos um Uruguai diferente do que tínhamos visto até ali, percorrendo a região litorânea e a capital Montevideo. Muitas fazendas de criação de gado e ovelha, pouquíssimas áreas cultivadas, enfim, ali o visitante entra em contato com um Uruguai essencialmente rural, escassamente industrializado, pouco urbanizado e povoado.
  As áreas de terra não ocupadas são imensas, as aglomerações urbanas pequenas. Frequentemente andamos várias dezenas de quilômetros na estrada sem cruzarmos com nenhum outro veiculo.

  Volta e meia, velhos caminhões e pick-ups dos anos 50 e 60 aparecem na estrada, invariavelmente em péssimo estado de conservação, mas mesmo assim ainda “na ativa”, rodando devagar, sem pressa, cumprindo suas funções de transporte de pessoas e cargas. Esta foi a imagem que tivemos do Uruguai distante das áreas mais “badaladas” do litoral e capital.

  Chegamos a Rivera pouco antes das 18:00 h e logo procuramos o posto da Imigração para devolver os formulários de controle de entrada no país que havíamos preenchido no Chuy.
O fiscal do posto nem se deu ao trabalho de verificar os papéis que lhe entreguei. Achei o Posto de Imigração em Rivera bastante mau cuidado e mau atendido. Diferentemente do Chuy, ele não está localizado na estrada, mas sim dentro da cidade de Rivera, numa rua de acesso ao centro da cidade, uma localização que dá um pouco de trabalho para encontrar apesar das (poucas) placas indicativas.
Há uma área de estacionamento para os “turistas” deixarem o carro, terreno livre para a ação de “flanelinhas” sempre dispostos a “cuidar do carro” em troca de algumas moedas. O ambiente no geral não nos agradou.

  Trâmites burocráticos de saída do Uruguai resolvidos, fomos procurar um bom hotel para pernoitarmos. Acabamos ficando no Hotel Portal, no lado brasileiro da cidade, ou seja já em Santana do Livramento. Bom hotel, meio antigo mas suficientemente confortável, a preço justo.
  Da mesma forma que no Chuy, em Santana do Livramento / Rivera não existe uma “fronteira natural” a dividir o Brasil do Uruguai. Na prática é uma única cidade, e a divisa é feita por uma avenida onde de um lado é Rio Grande do Sul, do outro Uruguai.

  Cidades de fronteira costumam não ter maiores atrativos em termos turísticos e Rivera / Livramento não é diferente. Assim, aproveitamos o ar condicionado do hotel até a hora do jantar, descemos, escolhemos um restaurante que nos pareceu razoável e após uma pizza simples mas saborosa voltamos para o hotel para encerrarmos nosso dia.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013 - 6º DIA: COLONIA DEL SACRAMENTO


  Chegamos a nosso sexto dia “na estrada”. Nosso plano para o dia previa conhecer e curtir mais um pouco de Montevideo, e no início da tarde deixarmos a capital uruguaia em direção a Colonia del Sacramento.

  Acordamos um pouquinho mais tarde do que de costume, fizemos nosso tradicional café da manhã reforçado, fechamos a conta no Ibis e fomos nos despedir do Rio de la Plata e da rambla.
  Gastamos um tempinho curtindo um último chimarrão na capital uruguaia e na sequencia pegamos o carro e rumamos para a região central em direção ao Estádio Centenário.

  O Centenário fica na continuidade da Av. 18 de Julho, não tem erro. Ao chegar no final da avenida basta contornar um extenso e bem cuidado parque e pronto, estamos ao lado do Estádio Centenário.


  A visita ao interior do estádio e ao museu do futebol é paga, 100 pesos, algo como 10 reais, por pessoa. Não é caro e vale MUITO A PENA, mesmo para quem não curte futebol.


  O Estádio Centenário foi o palco da primeira Copa do Mundo de Futebol, disputada em 1930. É até hoje a “casa” da seleção uruguaia de futebol, e mesmo não sendo um estádio moderno, nos moldes das “arenas” tão em moda, guarda seu encanto e charme principalmente em função de seu passado histórico.


  Quem chega ao Centenário logo de cara acessa a área do “Museo del Futebol”, são dois pavimentos onde o visitante conhece bastante da história da construção do estádio, da vida e carreira dos grandes craques uruguaios, vê os troféus das grandes conquistas da seleção local, entre eles a Copa do Mundo de 1950 conquistada em cima da Seleção Brasileira em pleno Maracanã.

"Pôster" do Campeonato Mundial de 1950, no Brasil, onde o Uruguai derrotou o Brasil na final em pleno Maracanã.


Camisetas utilizadas pela Seleção Brasileira na Copa de 1958, sendo a da direita a do Rei Pelé.



Camisetas de Diego Forlán, melhor jogador do Campeonato Mundial de 2010.



  Após a visita à área do museu, é hora de acessar as tribunas e arquibancadas e conhecer o palco de memoráveis partidas de futebol, o surrado gramado do Estádio Centenário.



  O Estádio Centenário era nossa ultima parada na cidade de Montevideo, e após a ótima visita, em torno de 13:30 h seguimos em direção à saída da cidade onde pegamos a “Ruta 1” que nos levaria a Colonia de Sacramento, distante 185 km.

  O caminho entre Montevideo e Colonia, como em quase todo Uruguai, é bastante tranquilo e com pouquíssimo transito. A viagem rende, e sempre dirigindo dentro dos limites de velocidade permitidos, rapidamente vencemos os pouco mais de 180 km e chegamos ao ponto extremo, mais distante, de nossa viagem.
  Dali, de Colonia, iniciaríamos nossa “volta para casa”. Ainda tínhamos bastante coisa para ver e conhecer mas já começávamos a sentir aquele gostinho de “tá chegando a hora de ir embora”, e a saudade dos dias maravilhosos de férias já começava a bater.

  Chegamos a Colonia em torno das 16:00 h. A cidade é bastante pequena e não tivemos nenhuma dificuldade em encontrar o Centro Histórico e a pousada onde havíamos reservado, Posada del Rio, uma pousadinha bastante simples mas com quartos bem equipados e suficientemente confortáveis.


  Rapidamente fomos atendidos pela pouco simpática atendente, fizemos o check-in, descarregamos o carro, descansamos um pouco e ainda aproveitamos que tínhamos bastante tempo antes do anoitecer para caminhar e conhecer a cidade, ou melhor, conhecer o Centro Histórico que é o que realmente interessa em termos turísticos.


  Colonia del Sacramento foi fundada pela Coroa Portuguesa com objetivo de demarcar posses na margem esquerda do Rio da Prata, fazendo frente ao domínio espanhol na margem oposta onde foi estabelecida a cidade de Buenos Aires, e somente mais tarde Colonia del Sacramento viria a ser tomada definitivamente pelos espanhóis. Em função disto, a arquitetura do centro histórico de Colonia é única dentro do contexto do Uruguai, justamente por esta influencia portuguesa.

Para quem tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre o Colonia del Sacramento e suas origens históricas, este link traz informações interessantes:  http://whc.unesco.org/en/list/747

  Colonia tem um “clima” , um charme especial e absolutamente encantador. As estreitas ruas em calçamento irregular, as construções antigas, o farol, as ruínas do forte, os carros antigos estacionados junto á calçada, a orla do Rio da Prata, tudo contribui para compor um clima único.


Este Citroën TA acabou virando um inspirado "vaso de flores".



Mapa do estuário do Rio da Prata sobre azulejos.


Ao fundo a Basilica del Santisimo Sacramento.


  Gostamos “de cara” de Colonia. A cidade é muito calma e gostosa de caminhar. Muitos turistas pelas ruas, gente fotografando o tempo todo, a gente mal percebe o tempo passar, e como ele passa rápido !

A famosa Calle de los Suspiros.


As ruas do centro antigo são identificadas por estas belíssimas placas em azulejo.


Este também parecia fazer parte da decoração, mas estava em condições de rodar normalmente.



  Após a rápida “caminhada de reconhecimento” voltamos à pousada para um rápido descanso, banho, preparamos o tradicional chimarrão de final de tarde e voltamos para a rua, para curtirmos mais um maravilhoso pôr do sol à beira do Rio da Prata. Impressionante como nossa viagem foi uma sucessão de fins de tarde impares, únicos.


O farol de Colonia del Sacramento no final de tarde.


O Buquebus que faz a ligação de Colonia com Buenos Aires na margem oposta do Rio da Prata.



Representação do mapa de Colonia del Sacramento em 1762.


O pôr do sol sobre o Rio da Prata, sempre com cores mágicas !



No horizonte o Buquebus rumo a Buenos Aires.



Espetáculo diário chegando ao seu ato final.


  Colonia del Sacramento definitivamente se transforma após o pôr do sol. O movimento nas ruas aumenta, os turistas saem dos numerosos hotéis e pousadas e tomam as ruas, bares e restaurantes. O movimento de verdade acontece após o inicio da noite.


  A luz amarelada das lamparinas que iluminam as ruas dão um ar absolutamente único, diferente, nostálgico e encantador a Colonia. Tudo se reveste de um colorido diferente, muito bonito, e a gente tem vontade de ficar caminhando pelas estreitas ruas, de um lado para outro.


A luz vermelha piscante do farol é apenas mais um elemento a compor o cenário.



  Escolhemos para nossa ultima janta em território uruguaio o restaurante “Lo de Renata” localizado na avenida principal do centro antigo, Av General Flores.


  A escolha foi excelente, pedimos uma parillada tradicional, que estava deliciosa, e curtimos muito nossa janta. Apenas para variar, fechamos a janta com sorvete de dulce de leche, caminhamos mais um pouco curtindo a noite de Colonia e finalmente próximo às 24:00 h retornamos à pousada para encerrarmos nosso dia.
 Amanhã, começaremos nossa viagem de volta para casa.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

URUGUAI, JANEIRO DE 2013, 5º DIA - MONTEVIDEO


  5º Dia de viagem, dia de conhecer a capital uruguaia, e decidimos fazer isso da melhor forma, ou seja caminhando. Como o hotel fica a poucas quadras, coisa de 15 minutos, da Avenida 18 de Julho que é a principal avenida do centro da cidade, deixamos o carro guardado no estacionamento do hotel, vestimos roupas confortáveis e após um reforçado café da manhã saímos para explorar Montevideo.

  Montevideo é fantástica para se conhecer assim, caminhando, sem pressa. É uma cidade bastante segura e tranquila, e mesmo no centro não se vê mendigos, desocupados e “afins”.

  Logo de cara algumas características de Montevideo nos chamaram atenção. A primeira delas foi a quantidade de carros muito antigos em circulação, alguns em bom estado, outros nem tanto. Para quem gosta de carros antigos, não deixa de ser uma atração a parte ver tantos “velhinhos” assim rodando, na ativa.

Vimos diversas Fiat 600.


Muitos Citroën Mehari, que nos pareceu ser o "buggy" dos uruguaios.


As sempre charmosas Vespas.


A classe atemporal dos Mercedes.


  Outra coisa que nos chamou atenção é a quantidade de árvores nas calçadas, Montevideo é uma cidade incrivelmente arborizada, e excetuando as ruas da região da Ciudad Vieja praticamente não existem ruas sem arvores nas calçadas, tudo muito muito bonito.


  A arquitetura clássica dos prédios é outra atração, talvez a mais óbvia, de uma caminhada por Montevideo. Muitos prédios antigos, muita coisa bonita para se ver e fotografar. Infelizmente a cidade deixa um pouco a desejar quanto a conservação de seus prédios. 
  Fica claro pela imponência e esmero das construções que Montevideo viveu um período áureo na primeira metade do século passado, mas que nas décadas seguintes se estagnou economicamente, parou de crescer e em consequência muitos prédios não tiveram a sorte de receber a manutenção adequada.


  Voltando a nosso “tour” pela capital, seguimos do Ibis até a Avenida 18 de Julho, na altura da “Fuente de los Candados” ou “Fonte dos Cadeados”, onde uma lenda diz que se duas pessoas colocam seus nomes num cadeado e deixam ele preso à fonte, um dia voltarão junto até ali e permanecerão juntos para sempre...


  Seguimos andando sem pressa pela Av.18 de Julho em direção à Plaza de la Independencia, onde está localizado o prédio mais emblemático e dominante da paisagem de Montevideo, o Palacio Salvo.


  O Palacio Salvo foi à época de sua inauguração, no ano de 1935, o edifício mais alto da América do Sul, com 115 metros de altura, e naquela época representava bem a prosperidade da cidade de Montevideo, com seu estilo neoclássico e acabamento luxuoso.




  Hoje infelizmente está um pouco descaracterizado pelas lojinhas e bancas no térreo, e pela manutenção inadequada de sua fachada. Mesmo assim segue sendo um prédio majestoso, imponente e que marca presença na paisagem central da cidade.


  Ainda na Plaza de la Independencia temos a estátua e o mausoléu de José Artigas, o herói da libertação das terras uruguaias do domínio espanhol. Aliás, Artigas está por toda a parte no Uruguai, dando seu nome a ruas, praças etc em literalmente todas as cidades por onde passamos.




 O entorno da Plaza de la Independencia, como não poderia deixar de ser afinal é o coração de Montevideo, é repleto de belos e imponentes prédios. Para onde quer que se olhe, existe uma atração a ver e fotografar.


   O Palácio da Presidência da Republica do Uruguai também está ali, na Plaza de la Independencia.



  O Teatro Solis, o mais importante e tradicional teatro uruguaio, está localizado bem ao lado do Palácio da Presidência, no outro lado da rua.
  No Teatro Solis fizemos uma ligeira visita ao hall de entrada e às galerias de arte localizadas abaixo do hall de entrada. Infelizmente não pudemos conhecer o interior do teatro, pois a próxima visita guiada seria somente as 17:00 h.


  Aproveitamos que já passava das 13:00 h e fizemos um lanche num restaurante chamado “Bursa Kebap”, localizado bem em frente ao Teatro Solis. Almoçamos um lanche típico turco chamado “döner kebap”, uma espécie de sanduiche feito de pão turco “pita”, fatias bem finas de carne e saladas diversas. Diferente e muito gostoso.

  Baterias recarregadas para a tarde, seguimos caminhando em direção à Ciudad Vieja, passando pela Plaza Constitución, onde rola uma feirinha de artesanato e antiguidades muito bacana e completa.



  Visitamos a Catedral de Montevideo, e fomos em frente seguindo nossa caminhada até o Mercado del Puerto, distante algumas quadras dali junto ao porto e a área antiga da cidade.




  O Mercado del Puerto é provavelmente a atração turística mais divulgada e visitada de Montevideo, fato comprovado pelos inúmeros ônibus de agências de turismo estacionados em seu entorno. Para ser sincero, esperava mais. Bairrismos a parte, o Mercado Público de Porto Alegre é mais bonito e mais interessante.


  A área em torno do Mercado del Puerto é bem bacana e bem cuidada.



  O interior do Mercado del Puerto no entanto se resume a diversos restaurantes que servem todos a mesma coisa, a parillada, se alternando entre mais e menos sofisticados (e caros). Não existem bancas de produtos típicos como imaginei que haveria, nem lojas de artesanato, apenas algumas banquinhas de “lembrancinhas para turista”.


  Caminhamos um pouco pelo Mercado del Puerto sentindo o “clima” e o aroma inconfundível das parilladas que dominam o ar, tomamos um sorvete e voltamos caminhando até o centro da cidade.

  O caminho entre o Mercado del Puerto e a Plaza de la Independencia cruza a área conhecida como Ciudad Vieja que concentra uma quantidade muito grande de construções antigas, algumas em processo de revitalização, mas de um modo geral esta região da cidade não é muito legal e a conservação dos prédios antigos deixa bastante a desejar. Uma pena, pois Montevideo seria uma cidade simplesmente encantadora se houvesse dinheiro e esforço para revitalizar e restaurar todo o conjunto arquitetônico antigo, principalmente na região da Ciudad Vieja.




  Cansados do dia de caminhada por Montevideo, retornamos até a região da Plaza de la Independencia e de lá descemos até a rambla para então seguirmos caminhando pela orla do Rio da Prata até nosso hotel.




  Este foi o dia mais cansativo de nossa viagem até aqui, mas valeu muito a pena a opção de conhecermos o centro de Montevideo caminhando. Recomendaria sem medo de errar esta forma de conhecer a cidade a todos que visitarem Montevideo e se hospedarem próximo ao centro.
  De volta ao hotel, descansamos um pouco, preparamos o chimarrão e no finalzinho do dia atravessamos a avenida em frente ao hotel para assistirmos a mais um inesquecível pôr do sol sobre o Rio de la Plata.

O espetáculo diário vai começar.


O céu colorido de vermelho sobre o Rio da Prata.



O "Astro Rei" se despede encerrando mais um dia.


  À noite fomos novamente jantar na região central da cidade, e escolhemos o tradicional restaurante El Fogon - http://www.elfogon.com.uy/ -  localizado na Av. San Jose, paralela à Av. 18 de Julho.
  Experimentamos uma parillada de cinco carnes, ou seja cinco cortes diferentes de carnes preparados na tradicional parilla uruguaia, e para sobremesa o já tradicional para nós sorvete de dulce de leche.

  Após o jantar aproveitamos a noite quente e a completa ausência de trânsito pelas ruas para circular de carro pelas ramblas contornando um trecho muito bonito da orla do Rio da Prata, para finalmente voltarmos ao hotel e encerrarmos mortos de cansados nosso quinto dia de viagem.